Viver num país onde uma marcha contra o casamento de pessoas do mesmo sexo termina ao som de uma canção desde sempre associada ao movimento
gay é deliciosamente preocupante.
Se a coisa não fosse tão ridícula, até diria que só me apetece sair daqui para fora no prazo máximo de uma semana. Como já estou habituado a tanta coisa sem explicação minimamente racional, embora esteja sempre à espera que haja pior do que o pior que já vi, prefiro, pelo menos, esperar até ao 25 de Abril. Pode ser que os que defendem a liberdade saiam à rua vestidos com fardas da Mocidade Portuguesa, enquanto gritam vivas a Salazar e clamam que Angola é nossa.
Até lá, me divertindo-me com os jornalistas cheios de
cagança na cabeça e no discurso que vão ao Parlamento protestar que foram pressionados e que há censura em Portugal. Já houve, já. Mas nessa altura um desses jornalistas andava a prestar serviços ao
Kaulza de
Arriaga, esse democrata. Às tantas, foi mesmo o general que o aconselhou a debitar preciosidades históricas enquanto corre o boletim
metereológico.... Dá um ar intelectual. E não é sujeito a pressões. Que saiba o Anthimio de Azevedo nunca ligou para a SIC a queixar-se ao Balsemão.