24.9.08

Quero que o verdadeiro Outuno chegue depressa para que o chão da minha cidade fique pejado de folhas castanhas claras.

Quero que o verdadeiro Outuno chegue depressa porque não há nada mais belo do que o anoitecer do Porto nestes meses.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para poder sair à rua, encostar as mãos à boca e aquecê-las durante um bom pedaço antes de enfrentar o frio.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para poder enrolar-me na cama e cobrir-me até à cabeça.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para poder beber chá de menta a ferver e comer bolachas de manteiga.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para poder desejar calor e sentir aquelas curtas brisas quentes como uma dávida dos deuses.

Quero que o verdadeiro Outuno chegue depresse porque tenho pressa de abraçar alguém e é no Outono que melhor sabem os abraços apertados.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para que um bom vinho tinto saiba verdadeiramente a vinho tinto.

Quero que o verdadeiro Outono chegue depressa para poder estar com os que mais gosto enquanto a chuva cai lá fora e escorre nas janelas.

Quero que o verdadeiro Outuno chegue depressa para tomar aqueles longos banhos e depois deles ficar enrolado na toalha uma eternidade.

Quero que o verdadeiro Outuno chegue depressa e pronto.

3 comentários:

Natacha disse...

O que é o Outuno?

Pedro Emanuel Santos disse...

Ora, o Outono é, portanto, talvez aquilo que por aí fora e mais qualquer coisa. Ou talvez não.
Capice?

Anónimo disse...

Eu não gosto do Outono.
Causa-me nostalgia. Só de pensar que daqui a poucas semanas já tenho de vestir roupas quentes, até me dá um arrepio.
Resta-me continuar a pisar as folhas secas e sentir o seu estalar nos meus pés.É o meu lado de criança que vou ensinar a um neto.
Tenho é de esperar, pois não me ouvem...
Bjs