27.2.09
Crónica de um recém-desempregado VII
Palavras para quê? Tivesse nascido mulher, possuísse um par de mamas considerável e dois palmos cara e hoje teria uma conta bancária considerável.
Também poderia ser lambe-botas, hipócrita, inculto, traidor, ignóbil e uma besta. Como não sou, tenho as portas fechadas nos altos cargos de chefia de um jornal.
Crónica de um recém-desempregado VI
25.2.09
21.2.09
Bom fim-de-semana!
O senhor chama-se David Sandström, ela é Frida Hyvönen. São suecos e uma das melhores coisinhas que descobri nos últimos 15 anos. Seis meses, vá. Fica um dois em um e uma chamada de atenção (o que aprecio chamadas de atenção) para a segunda canção, a partir do 1m10s. Cocaine in your cola assim foi baptizada. Poderosa.
19.2.09
Crónica de um recém-desempregado V
O que é que isto interessa? Absolutamente nada. Apeteceu-me e ponto.
O que mais interessa, pelo menos a mim, é tentar compreender o vazio que ocupa os dias do calendário e a ameaça de derrota que cada vez mais se instala em mim. Sair de um labirinto cuja luz nem sequer faço ideia onde esteja.
16.2.09
Só para recordar o Slumdog Millionaire, essa obra prima
Curioso que esta canção tinha entrado nos meus dias ultimamente por conter paz, calor, cumplicidade, carinho, prazer, emoção, felicidade, fantasia e todo um conjunto de sensações indescritíveis de bem estar.
Exactamente o que me proporcionas. E mais alguma coisa também...
Sigur Rós - Hoppípolla (do álbum Takk, outra obra prima)
14.2.09
Slumdog Millionaire
Há muito que não via um filme assim. Algo que ultrapassa as fronteiras do cinema e nos traz vida desde o grande ecrã. A verdadeira vida.
Um arrebatador turbilhão de emoções trazidas na dose certa. O mundo real oferecido numa realização magistral. A cor, a fotografia, os actores, os diálogos, tudo tão bem misturado que dá arrepios ao perceber como alguém como Danny Boyle consegue transmitir uma história aparentemente simples de uma forma tão poderosa.
Do melhor que assisti até hoje.
Certinho é que o vou ver pela segunda vez. E não me apetece esperar muito por isso...
Conselho de amigo: não esperem pelo DVD, esta é daqueles filmes que jamais deve ser deixado de ver no cinema.
4.2.09
Tindersticks - The Flicker Of A Little Girl (live)
Porque nem tudo em 2009 é mau, eis que os Tindersticks têm sido presença assídua na minha vida através do seu mais recente álbum. Tão bom, intenso, cúmplice, misterioso como os anteriores. No limiar da perfeição, bem resumido.
O melhor é que os vou ver na Casa da Música no próximo dia 14. Vou não, vamos. Mais intenso será impossível, juro.
Crónica de um recém-desempregado IV
Pensar em desparecer é coisa que me passa pela cabeça frequentemente, mas que logo se esvai por ser racional o suficiente para perceber que não adianta de nada. Além disso, sempre fui ensinado a olhar os problemas de frente e nunca a fugir deles.
O que mais me aflige é ter a noção que estou a deixar de ser eu mesmo e que me transformo diariamente em algo que não sei bem o que será mas que receio.
Valem-me muitas coisas. O conforto da família, os amigos, os colegas. E, mais do que tudo, poder pegar na tua mão e sentir que ao pé de ti nada mais importa do que ver-te verdadeiramente feliz. É essa a razão principal que ainda me faz sentir uma ponta de optimismo e afasta de vez a palavra desistir do meu dicionário mental. Porque nada irá estragar um bem precioso que me caiu na vida de forma tão incrível. Como que a dizer que a vida tem sentido. E tem. Contigo tem. Bastante.
Crónica de um recém-desempregado III
Por essas e por outras é que nunca me sindicalizei. Porque me apercebi através de pequenas situações que quando surgisse alguma coisa em grande seria problemático olhar para uma estrutura e depositar nela toda a confiança de defesa do meu emprego.
Sintomático da situação que me leva a tamanho descrédito, é saber que o Sindicato dos Jornalistas (dos Jornalistas!!!!) anda há quase três semanas para definir qual será a melhor forma de luta para que a opinião pública perceba que 122 trabalhadores foram despedidos do grupo Controlinveste (um deles eu próprio). Quando a classe está assim representada, está tudo dito.
Até o Sindicato dos Electricistas consegue delinear acções rápidas que coloquem o desespero dos seus na boca de todos em tempo útil. Pode não resolver nada, a maior parte das vezes não resolve, mas que afaga o desânimo dos seus sócios e obriga os que não têm a ver com o assunto a pensar na situação, isso faz.