19.2.09

Crónica de um recém-desempregado V

Desde que se passou o que se passou tenho a sensação que perdi a vontade de escrever. Não me apetece atirar-me às letras como dantes, desabafar o que me atravessa o cérebro, partilhar seja o que for com quem for ou, pura e simplesmente, debitar idiotices (algo que faço mais que frequentemente, diga-se).

O que é que isto interessa? Absolutamente nada. Apeteceu-me e ponto.

O que mais interessa, pelo menos a mim, é tentar compreender o vazio que ocupa os dias do calendário e a ameaça de derrota que cada vez mais se instala em mim. Sair de um labirinto cuja luz nem sequer faço ideia onde esteja.

1 comentário:

Carla Teixeira disse...

Força, companheiro! Não é esmorecendo que vais encontrar a luz. Tens de a sentir dentro de ti e fazer com que a tua mente se deixe tomar por ela. Às vezes parece luz o que na verdade é mais escuridão, e outras vezes é no meio do negro que sobressai a luz que incessantemente buscamos. Agora que, como tu, mergulhei de novo no desconhecido, procuro em mim novos caminhos para rumar à luz. Sei que lá fora a noite está cerrada, mas dentro de mim há uma luz a renascer. Poderei estar a ser demasiado idealista, ou apenas idiota. Mas estou a renascer e a encontrar-me. Chamem-lhe desemprego. Eu chamo-lhe liberdade para nascer de novo. Que se faça luz no teu e no meu caminho, e no de todos os companheiros que como nós se perdem pelos labirintos deste mundo. Boa sorte a todos. E sobretudo coragem!