4.2.09

Crónica de um recém-desempregado III

Triste e lamentável é assistir diariamente a ondas de despedimento como não se via em Portugal desde há últimos 25 anos (se alguém ainda se lembrar dos tempos do governo do Bloco Central – Soares/Pinto Rua – que me diga para não parecer que sou tolo e só eu tenho memória mais ou menos recente), e perceber que qualquer sindicato de merda tem mais força para lutar publicamente pelos postos de trabalho dos seus do que aquele que representa grande parte dos meus camaradas.

Por essas e por outras é que nunca me sindicalizei. Porque me apercebi através de pequenas situações que quando surgisse alguma coisa em grande seria problemático olhar para uma estrutura e depositar nela toda a confiança de defesa do meu emprego.

Sintomático da situação que me leva a tamanho descrédito, é saber que o Sindicato dos Jornalistas (dos Jornalistas!!!!) anda há quase três semanas para definir qual será a melhor forma de luta para que a opinião pública perceba que 122 trabalhadores foram despedidos do grupo Controlinveste (um deles eu próprio). Quando a classe está assim representada, está tudo dito.

Até o Sindicato dos Electricistas consegue delinear acções rápidas que coloquem o desespero dos seus na boca de todos em tempo útil. Pode não resolver nada, a maior parte das vezes não resolve, mas que afaga o desânimo dos seus sócios e obriga os que não têm a ver com o assunto a pensar na situação, isso faz.

1 comentário:

Helder Robalo disse...
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