Estive recentemente no País Basco e desmontei quase todas as ideias que tinha sobre o que na realidade lá se passa e quais as reais ambições nacionalistas/independentistas da região.
Para começar, quase ninguém fala basco. Apesar de ser uma língua ensinada nas escolas, difundida nos media (há três canais de televisão que transmitem exclusivamente em basco) e espalhada por tudo o que é indicação oficial (ruas, monumentos, edifícios, etc), o certo é que basta andar na rua e perceber que as conversas são em castelhano. Seja no centro de Bilbau (supostamente a cidade onde os fervores nacionalistas mais se fazem sentir), seja numa pequena aldeia encravada na montanha. E a língua é um dos principais factores de identidade de um povo, basta ver que na Catalunha toda a gente se expressa em catalão e na Galiza em galego.
Os sinais de apoio à linha radical da ETA são praticamente inexpressivos. Cartazes de apoio aos separatistas bascos (e corri Alava, Guipuzkoa e Biskaia, as três províncias bascas), não os vi. Murais do género vi-os poucos (uns três ou quatro e todos em locais isolados) e bandeiras de apoio aos presos etarras penduradas nas janelas só as vi duas (uma na zona antiga de Bilbau, a outra numa pequena aldeia na estrada que corre a costa até San Sebastian). San Sebastian onde estive um dia depois de uma manifestação de supostos apoiantes da ETA cujo impacto foi mínimo (quase tantos polícias como manifestantes) e ao qual a comunicação social (pública e privada, anti e pró-nacionalista) deu relevância menor.
O Athletic Bilbau, um dos maiores clubes de Espanha e o maior catalisador desportivo das ambições nacionalistas bascas, possui uma forte identidade nacionalista, é certo, mas apenas isso. Os adeptos (sim, eu estive no mítico San Mamés), comunicam-se em castelhano e não aproveitam os jogos para ensaiar protestos pró-independência. Os poucos que o tentam são assobiados pelos restantes.
Resumindo, o que o País Basco representa é uma região com forte identidade nacionalista. Confundir isso com o desejo independentista de uma pequena minoria é pura ilusão – ou querer falsear a realidade. E confundir nacionalismo com tendências independentistas é completamente absurdo, para não dizer ignorante.
Para começar, quase ninguém fala basco. Apesar de ser uma língua ensinada nas escolas, difundida nos media (há três canais de televisão que transmitem exclusivamente em basco) e espalhada por tudo o que é indicação oficial (ruas, monumentos, edifícios, etc), o certo é que basta andar na rua e perceber que as conversas são em castelhano. Seja no centro de Bilbau (supostamente a cidade onde os fervores nacionalistas mais se fazem sentir), seja numa pequena aldeia encravada na montanha. E a língua é um dos principais factores de identidade de um povo, basta ver que na Catalunha toda a gente se expressa em catalão e na Galiza em galego.
Os sinais de apoio à linha radical da ETA são praticamente inexpressivos. Cartazes de apoio aos separatistas bascos (e corri Alava, Guipuzkoa e Biskaia, as três províncias bascas), não os vi. Murais do género vi-os poucos (uns três ou quatro e todos em locais isolados) e bandeiras de apoio aos presos etarras penduradas nas janelas só as vi duas (uma na zona antiga de Bilbau, a outra numa pequena aldeia na estrada que corre a costa até San Sebastian). San Sebastian onde estive um dia depois de uma manifestação de supostos apoiantes da ETA cujo impacto foi mínimo (quase tantos polícias como manifestantes) e ao qual a comunicação social (pública e privada, anti e pró-nacionalista) deu relevância menor.
O Athletic Bilbau, um dos maiores clubes de Espanha e o maior catalisador desportivo das ambições nacionalistas bascas, possui uma forte identidade nacionalista, é certo, mas apenas isso. Os adeptos (sim, eu estive no mítico San Mamés), comunicam-se em castelhano e não aproveitam os jogos para ensaiar protestos pró-independência. Os poucos que o tentam são assobiados pelos restantes.
Resumindo, o que o País Basco representa é uma região com forte identidade nacionalista. Confundir isso com o desejo independentista de uma pequena minoria é pura ilusão – ou querer falsear a realidade. E confundir nacionalismo com tendências independentistas é completamente absurdo, para não dizer ignorante.
Duvido que a ínfima parte dos que um dia desejam um País Basco independente concorde com os métodos terroristas da ETA. O que todos pretendem é uma autonomia forte, que em parte já existe mas ainda pode ser reforçada, que lhes reconheça as suas características históricas e culturais. E com isso concordo em absoluto.
Agora só espero que a ETA não se lembre de ler isto e depois colocar uma bomba lapa debaixo do meu carro.
Agora só espero que a ETA não se lembre de ler isto e depois colocar uma bomba lapa debaixo do meu carro.
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