17.6.08


Tenho saudades de nesta minúscula esplanada de Tallinn, na Estónia, beber umas Guinness, umas A. Le Coq (cerveja que parece água e que se bebe como tal dada a leveza, o pior é depois), dos cafés fortes, dos bolinhos de amêndoa, dos chás de menta, das conversas loucas e macarrónicas em inglês misturado com francês e pedacinhos de uma língua parecida com italiano que mais parecia nada, da companhia (essencialmente disso), das gargalhadas, da troca de experiências, de ali aprender palavras em croata, sueco e afins, de sermos os únicos malucos que ali ficávamos à chuva enquanto o pessoal nos olhava de lado, dos planos para aqueles dias (metade não se cumpriram, paciência), dos olhos da empregada, da pizzaria baratucha que ficava em frente, do mercado das flores a dois passos, de apanhar sol às dez da noite, dos cheiros, de ficarmos sentados na praça principal a tentar adivinhar vidas dos que passavam, de nos rirmos de nós próprios, de desabafarmos tudo quando tínhamos mais cerveja do que sangue no corpo, da cumplicidade entre pessoal de países tão diferentes que parecia conhecer-se desde criança, até da despedida.


Tenho saudades não, ficaram as saudades. Boas.


Já foi quase há um ano mas parece que foi ontem.

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