Os bombistas-suicidas intrigam-me

Se eles têm no céu 70 virgens à espera, como é que depois se safam na hora de consumarem o acto? Ou será que as raparigas, para além de lhes oferecerem o imaculado órgão, têm antes o hercúleo trabalho de colar os pedaços do rapaz que as vai desflorar? Dasse, tadinhas das moças...

Os taxistas é que a sabem toda

Tenho para mim que os taxistas são sociólogos frustrados que descarregam fúrias recalcadas ao volante da respectiva viatura. Eles percebem um pouco de tudo – da política ao futebol, das mulheres à economia – e debitam as suas teorias sentados na cátedra do banco estofado devidamente mimado por protecções de um mau gosto assinalável. Quem vai ao lado é que sofre. Eu, por exemplo, tenho o azar de levar sempre com taxistas filósofos do melhor que há. E digo azar porque a acompanhar o discurso, dois terços dos que apanho largam da boca uns nada agradáveis pedaços de saliva que geralmente são disparados na minha direcção. Já para não falar nesse desagradável detalhe que é o mau hálito. No fundo, no fundo, bem lá junto aos favos do radiador, até lhes acho uma certa piada.

Ninguém quer saber dos camaradas do Independente?

Ouvi toda a gente botar faladura sobre o fecho deste, outrora, mítico semanário. Menos o presidente do Sindicato dos Jornalistas. Lá porque o jornal é de direita, isso não quer dizer que os camaradas que o fizeram sair para as bancas nos últimos tempos são copinhos de leite, capitalistas e reaccionários. Ou será que uma mísera redacção de 20 pessoas não justifica uma intervenção sua, caro Alfredo Maia? Apareça, diga alguma coisa. A sua pilosidade facial até soa bem na televisão. Lembra aquelas personagens históricas das novelas passadas no século XVIII ou XIX. Mas faça-me favor: não sugira ideias inconcebíveis como fez aquando do encerramento do Comércio do Porto e de A Capital. Além de serem impraticáveis, só fazem com que os jornalistas mais cépticos em relação ao Sindicato, como eu, tenham ainda mais razões para não confiarem minimamente na sua pessoa e na direcção que lidera.

Marques Mendes quer os pirómanos na cadeia

Para quê? Não pensará o líder do PSD que um estabelecimento prisional a arder pode ser algo nefasto?

Timor, Timor...

... tanto trabalho teve o Xanana para te libertar e agora é isto. Um major rebelde foge da cadeia pela porta principal com mais meia centena de compinchas e ninguém sabe do seu paradeiro. Pormenor de somenos importância. Afinal, Alfredo Reinado apenas pode provocar uma nova guerra civil e atirar mais uns quantos compatriotas para o cemitério. Se a situação descambar, não vai haver canções do Luís Represas ou lençóis brancos nas varandas a fazer milagres. Quer dizer, lençóis ainda vá, agora o Represas...

Parece que os clubes portugueses podem ser banidos das competições europeias devido ao "Caso Mateus"

Ainda bem... É da maneira que o FC Porto não repete vergonhas recentes na Champions.
O Sporting e o Benfica não precisam de se preocupar porque ninguém dá por eles.

Um major trauliteiro a comandar

Um vendedor de pneus analfabeto
Um velho largado por uma alternadeira
Um treinador coitadinho
Um treinador pouco mais que coitadinho
Um treinador risca ao meio
Um cigano que dá uns toques
Um baixinho azeiteiro que ninguém quer
Um outro baixinho com ar amaricado que vai marcando golos
Meia dúzia de chulecos que lideram clubes como quem gere bares duvidosos
E nós, o verdadeiros doentes
Assim vai o futebol o português

Ter um gato é uma experiência enigmática

Nunca sei onde vou receber a próxima ferradela, o próximo arranhão, a próxima lambida com aquela língua áspera. Mas também é reconfortante. Os gatos não massacram tanto a cabeça como as mulheres nem chamam a atenção quando vêem pilhas de jornais apinhados em sítios invulgares. É certo que não têm particular sex-appeal como elas. Mas não tenho espaço em casa para uma ovelha.

Morreu a mulher mais velha do mundo

Um dos segredos para longevidade da senhora, que feneceu ao fim de longos e emocionantes 116 anos, foi ter bebido leite de burra quando era jovem. Quem sobrevive a tão nojenta experiência merece, realmente, vida eterna. Ou quase. Mas uma questão importante se coloca. Com a Segurança Social falida, como vão aguentar tanto tempo os filhos e filhas das nossas modelos, do nosso jet-set e das mulheres dos jogadores do Benfica?

Os ucranianos estão a começar a ir embora de Portugal...

... o que não tem nada de especial a não ser o facto de a beleza feminina descer consideravelmente por metro quadrado nos nossos passeios.
Agora imaginem se fosse ao contrário, se tivessem sido as nossas fêmeas a invadir a Ucrânia. Trabalho em casas de alterne estava fora de questão, fronha lusa assusta qualquer eslavo que se preze. Cozinheiras também não porque rojões e escalopes de fevera não combinam muito bem com bife tártaro. Criadas domésticas menos ainda, lá o dinheiro não chega para tanto. Prostituição nem pensar, pelos motivos acima referidos em relação ao alterne. Empregadas de balcão é escusado porque se nem português sabem falar, o que fará ucraniano. Enfim, está visto que o lugar da mulher nacional é mesmo em casa...

Nós somos bons

Somos bons, porque eu tenho a certeza que somos os melhores

Somos sobretudo melhores do que aquele jornal clássico que hoje não passa de um depósito de notícias de agência.

E somos bons porque os meus jornalistas têm o melhor director do mundo.

E se têm o melhor director mundo têm a obrigação de fazer bem.

Porque o seu director um dia vai ganhar o Pulitzer

Nós não vamos ser superiores à concorrência.

Nós já somos superiores à concorrência

Porque eu sou o melhor director do mundo

E tenho uma barba fofinha

Assim será o primeiro editorial do Sol, que sai brevemente para as bancas. A última frase é improvável, eu sei. Mas sabendo de quem se trata nem me surpreenderia nada...

Ai, Floribella, Floribella...

Confesso que já vi a Floribella, quem não viu que atire a primeira pedra mas não me faça pontaria aos óculos, e confesso também que já tive oportunidade de assistir a aparições televisivas da rapariga que lhe dá vida, é ela Luciana Abreu, uma gaiense notável, o que se nota desde logo quando abre a boca. Poderia também confessar que já fiz amor com duas suecas ao mesmo tempo e que morei em Paris ano e meio. Mas além de ser mentira, também não seria certamente tão interessante como a Floribella. Ora, o que me está a captar a atenção é a falta de personalidade da dupla Floribella/Luciana. É que trajada ou à civil ela age exactamente da mesma forma. O que é grave pois se a Luciana é como a Floribella ainda vai ter muitos desgostos na vida porque isto não é exactamente um conto de fadas. E se a Floribella é como a Luciana mais grave a coisa fica pois deve ser muito chato ter um sotaque que assusta um elefante bebé e um sorriso de orelha a orelha que, além de denunciar alguma estupidez, vai concerteza provocar-lhe rugas de expressão daqui a uns anitos.

"Acho que me vou embora..."

"Já?"
"É tarde"
"Não queres, pelo menos, comer alguma coisa?"
"Estou enjoado"
"Não me digas que não gostaste de estar comigo?"
"Gostei..."
"Foi assim tão mau?"
"Achas?"
"Espero que não tenha sido. Eu adorei"
"Eu também"
"De certeza?
"De certeza... Não vais agora ficar chateada comigo, não?"
"Claro que não..."
"O teu rosto não diz isso"
"A minha cara já nada diz"
"Isso é verdade. Mas depois de mais duas plásticas vais ver que isso melhora"
"Não gozes. Se tivesses sido regado com gasolina, não brincavas com coisas sérias"

Tenho saudades de ir ao futebol

Dos sumos da Capri-Sonne, dos lenços na cabeça, dos chapéus de papel, das bandeiras enormes e deslavadas, do senhor do tabuleiro dos chocolates – apesar de os ditos estarem quase sempre derretidos e provocarem convulsões intestinais assinaláveis –, de ver a estimadas esposas fazerem renda no carro à espera dos maridos, do homem da corneta, dos filhos a perguntarem ao papá o que é um cornudo filho da puta, dos rádios colados ao ouvido, dos búzios com creme de ovo cheio de salmonelas, dos carteiristas, dos candongueiros, das casas-de-banho a tresandarem a urina, do cheiro a suor, do jornal passado de mão em mão... E sobretudo de ver o FC Porto a jogar bem.

Manuel Monteiro é um figura mítica

Quer dizer, isso era o que ele queria mas entre os desejos de um palermita de óculos e a realidade vai uma grande distância. Apesar de tudo – das lentes, do nariz, das ideias, da postura, até da ligeira marreca –, acho-lhe uma certa piada. O homem quer uma direita nova e para isso nada melhor que criar um partidozeco apelidado de Nova Democracia. Quer dizer, isto não é novo porque já antes fundou o PP e destruiu o CDS. Qual será o próximo passo do sr. Monteiro? Cá para mim, as novidades surgirão apenas depois das próximas legislativas, em 2009. A Nova Democracia não terá mais de uns 1.000 votos, ele fará um exame de consciência e descobre que andou quase meio século reprimido pois não passa de um marxista convicto. Ou então, mete-se num tanque, desata aos tiros no Terreiro do Paço, mata uma dúzia de pacatos cidadãos e, aí sim, terá a certeza que ficará na História por um facto realmente significativo.

O hi5 é fantástico

Nunca pensei que um programa de computador pudesse colocar-me em contacto com pessoas que julgava perdidas até na minha memória. E não sou eu apenas que penso assim. Tenho um amigo que descobriu que a mãe, afinal, é uma insaciável caçadora de homens e tem um corpinho jeitoso para 58 anos. É certo que tem estrias no rabo e varizes nas pernas. Mas também só são visíveis em cinco fotografias. Nas outras nove dá para comprovar que a senhora não está nada mal, sobretudo como aquele cinto de ligas preto e soutien da mesma cor. Virtudes do hi5...

Gosto muito do Obikwelu

Mas acho que o sucesso dele é relativo.
Se eu tivesse passado a vida a ser perseguido pelo SEF, provavelmente seria também um velocista jeitoso.

"Oh mãe, onde está o pai?"

"Foi fumar um cigarro e vem já."
"Vai demorar muito?"
"Não sei. Já saiu de casa há 10 anos, deve estar a chegar"

Ora cá vai disto...

"Parece que está bom..."
"Começamos?"
"Sim"
"Vamos lá, então"
"Boa sorte... Desculpa, muita merda"
"Para ti também"
"Acende as luzes do palco"
"Já estão todos malucos"
"É disto que gosto!"
"Vou entrar..."

"Boa noite, Oiã! Quero ouvir essas palmas..."