31.5.08

31

Podia dizer que isto passa depressa e que já começo a ficar velho. Não me apetece. Quero é que os 31 sejam ainda melhores do que foram os 30 – e o desafio é grande depois do muito de bom que se passou na minha vida no último ano.

Ser trintão está a dar-me um gozo do caraças, é o que é!

30.5.08

Bons dias, boas tardes e mais qualquer coisa

Cat Power








Ver um concerto desta senhora é simplesmente um privilégio. Nunca tinha assistido a algo tão intimista, tão bem feito, tão simples mas tão bom. Aliás, a grandeza foi mesmo essa: transformar algo que não precisou de ser grandioso em algo perfeito.
A sensação foi tão intensa que muitas vezes fechei os olhos e imaginei-me num pequeno bar com ela a tocar para mim e mais meia dúzia de pessoas. Foi óptimo. Provocou cá dentro um bem estar difícil de explicar e que julgava difícil de encontrar num espectáculo realizado numa sala de grandes dimensões como é o Coliseu do Porto.

As fotos não são minhas, não senhor. Quem dera quem fossem, mas não sou capaz de tanto. Quem as tirou foi o meu colega de trabalho Paulo T. Silva, que, além de perceber da coisa para lá de bastante, teve a sorte de ver o concerto a dois palmos do palco. Ou seja, quase pôde agarrar a mão da Cat Power e com ela sentir de perto o que é boa música ao vivo.






27.5.08

Nessun Dorma

Sei que já aqui coloquei um vídeo do género há uns meses. Mas é das poucas coisas que me arrepia, quase me faz chorar e eleva os meus níveis de emoção quase aos píncaros. É lindo, simplesmente lindo. Tudo.

Nessun dorma! nessun dorma!
Tu pure, o, principessa,
Nella tua fredda stanza,
Guardi le stelle
Che fremono d'amore
E di speranza.

Ma il mio mistero e chiuso in me,
Il nome mio nessun sapra!
No, no, sulla tua bocca lo diro
Quando la luce splendera!

Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
Che ti fa mia!

(il nome suo nessun sapra!...
E noi dovrem, ahime, morir!)

"Que ninguém durma!
Que ninguém durma!
Você também, ó Princesa
Em seu quarto frio, olhe as estrelas
Tremendo de amor e de esperança
Mas meu segredo permanece guardado dentro de mim
O meu nome ninguém saberá
Não, não, sobre tua boca o direi
Quando a luz brilhar
E o meu beijo quebrará
O silêncio que te faz minha

O seu nome ninguém saberá
E nós teremos, oh!, que morrer, morrer
Parta, oh noite
Esvaneçam, estrelas
Ao amanhecer eu vencerei!
Vencerei! Vencerei!"


Sim, fui feliz um bocadinho. Bem mais que um bocadinho, um bocadão mesmo. Agora só quero prolongar isso vida fora. Não sei como. Ainda. Sim, porque teimoso como sou vou conseguir. Alguém duvida?

A 27 de Maio de 1987 foi assim

FC Porto - 2 (Madjer, Juary) ; Bayern Munique - 1 (Kogl)

O primeiro título europeu do FCP. A alegria de bater um Bayern quase invencível. O desgosto de não poder sair à rua para comemorar porque o meu pai não deixou. É certo que só tinha 10 anos mas caramba.... Ainda hoje não lhe perdoo.

A 26 de Maio de 2004 foi assim

FC Porto - 3 (Carlos Alberto, Deco, Alenitchev); Monaco - 0

FCP campeão da Europa pela segunda vez (vai buscá-la Roma!!!!)

Depois do jogo, pelas 22h00, fui directo para o Estádio do Dragão esperar pelos jogadores que se sagraram campeões europeus naquela noite gloriosa de Gelsenkirchen (raio de cidade com nome tão esquisito). Chegaram pelas 10h00 e eu continuava lá com um grupo de gloriosos resistentes. Depois segui para casa, dormi duas horas e fui trabalhar.
Foi a última vez que perdi a cabeça pelo clube de que me orgulho de ser adepto desde que me lembro. Um ano antes, quando ganhámos a Taça UEFA em Sevilha, também fui esperá-los ao estádio, vá lá que me vim embora eram quatro da manhã. Mas foi um prazer ver o José Mourinho passear com a taça de punhos cerrados mesmo à minha frente. Isto depois de quase ter tido um enfarte, a sério, a ver o jogo. Eu, não o Mourinho, claro.
A próxima loucura, digo eu, só quando o FCP for de novo campeão europeu. Ou seja, quando tiver uns 65 anos.

24.5.08

Cat Power

Já comprei os bilhetes. É verdade que com alguns dias de atraso e correndo sérios riscos de os ver esgotados. Mas isso agora não interessa nada.

Quem é São Bernardo, quem é?

Até quarta!

Manuela Ferreira Leite diz que o PSD deve centrar as suas preocupações nas políticas sociais. Como prioridade de acção elege o fim do Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito.

A forma como a Direita lida com questões que têm a ver com o bem estar e os direitos dos cidadãos, especialmente dos mais desfavorecidos, compunge-me.

CocoRosie

Eis a minha última descoberta fofinha.
Esta semana vão estar em Braga. Eu é que não, infelizmente.

Sempre apreciei discussões entre bêbados e travestis. Acho-as hilariantes porque nunca levam a nada e podem prolongar-se horas a fio. Pensei é que nunca teria oportunidade de as ver na televisão em horário nobre. Surpreendi-me hoje ao observar na TVI um programa que juntava Vasco Pulido Valente e Manuela Moura Guedes.
Vá lá que nenhum deles vomitou em público. O que até teria a sua piada. Isso ou desatarem à cabeçada. Mas seria pedir muito.

23.5.08

Arcade Fire

Alguém sabe quando estes moços vão lançar álbum novo?

Porra de coisa boa, como diria alguém que conheço. Se continuarem assim, um dia tenho um AVC de excitação ao ouvi-los. Louco.

22.5.08

Expo 98

Faz hoje dez anos que abriu portas a Expo 98.
A Expo permitiu que a geração que fez a transição da ditadura para a democracia pudesse acreditar que Portugal era uma nação capaz de cortar o cordão umbilical de um passado derrotista e cinzento. E que a minha geração e as seguintes percebessem que vivemos num país de futuro e com apontamentos graciosos de modernidade.
Foi também, a par do Euro 2004, a maior manifestação popular de sempre. Partilhada por todos com alegria, satisfação, prazer, sentimento de dever cumprido, olhando para a frente.
Devo dizer que durante aqueles meses senti-me orgulhoso de ser português. O que, a bem da verdade, aconteceu muito poucas vezes durante a minha vida.

20.5.08

Radiohead - Creep

Cá está ela. Se conseguissem imaginar o que ela me diz e para onde me transporta.

Também não é preciso muito. Basta lerem o que está no post seguinte, não sejam preguiçosos. Para tal já basto eu.

Acho piada aos que dizem que têm que escrever todos os dias para se sentirem vivos, que é quase uma obrigação sentarem-se e começarem a debitar tudo o que lhe vai na mente. Ou na alma, como me irrita solenemente ouvir alguém afirmar.
Ora, para mim isto de ter vontade constante de vir para aqui a toda hora transmitir aos outros o que vou pensando é bullshit (gosto da expressão bullshit, confesso. É que dizer merda de touro em português não soa nada como desabafo calão).
Há dias em que escrever para mim é um prazer enorme, outros um quase um sacrifício. Não sei porquê. Há, aliás, ainda tantas coisas para as quais procuro explicação...
Por isso acho que é preferível só por aqui aparecer quando tiver algo de jeito para vos contemplar. Entretanto, ficam com uns videos de músicas e/ou filmes que mais me deixam com pele de galinha (quero lá saber que isto pareça gay). E uns escritos idiotas como este.

Por falar em música, a que acima postei é uma das que mais me bateu forte até agora. Memórias de uma adolescência onde tive a oportunidade de ser feliz. Em todos os aspectos. É em boa parte graças ao que vivi na adolescência (sobretudo com o grupo de amigos que tive na altura e tenho o privilégio de continuar a manter) que hoje sou como sou. A maturidade só vai limando algumas arestas que hoje me permitem viver cada vez melhor comigo mesmo. Pelo menos vou tentando.

18.5.08

Eis como se começa bem o dia

I knew a man Bojangles
And he danced for you
In worn out shoes
With silver hair, a ragged shirt
And baggy pants, the old soft shoe
He jumped so high, he jumped so high
Then he lightly touched down

I met him in a cell in New Orleans
I was down and out
He looked at me to be the eyes of age
As he spoke right out
He talked of life, he talked of life
He laughed, and slapped his leg a step

Mr. Bojangles, Mr. Bojangles
Mr. Bojangles, dance!

He said his name, Bojangles
then he danced a lick across the cell
He grabbed his pants
a better stance
Oh, he jumped up high
he clicked his heels
He let go a laugh, he let go a laugh
Shook back his clothes all around

He danced for those
At minstrel shows and county fairs
Throughout the south
He spoke with tears of 15 years
How his dog and he traveled about
His dog up and died, he up and died
After 20 years he still grieves

Mr. Bojangles, Mr. Bojangles
Mr. Bojangles, dance!

He said I dance now
At every chance in honky tonks
For drinks and tips
But most of the time
I spend behind these county bars
He said I drinks a bit

He shook his head
And as he shook his head
I heard someone respectfully ask
Please

Mr. Bojangles, Mr. Bojangles
Mr. Bojangles, dance!


Faz hoje seis anos e estava eu a casar-me. É verdade, já foi assim há tanto tempo. Olho para trás e, apesar de a coisa não ter corrido bem, não me sinto nada arrependido de a eternidade do matrimónio ter sido apenas uma ilusão. Pelo contrário. Aprendi muita coisa, porque se aprende mais com as cabeçadas que se dá na vida que com o resto.
Continuo a dizer que tive o divórcio mais anormal do mundo de tão pacífico que foi. Ainda bem que fomos inteligentes o suficiente para percerbemos que só nos estávamos a magoar um ao outro e a estragar o que de bonito tínhamos vivido no passado.
Sobrou uma amizade sólida. Carinho, respeito e o bem querer um do outro, também. E boas memórias, que essas não as apago e tenho quase a certeza que tu também.
Ponto número um: um país que fica indignado e quase em estado de choque porque um jornalista bufo decide denunciar que o primeiro-ministro fumou num avião é demasiado ridículo para ser levado a sério. A reacção de José Sócrates, essa, foi um excelente golpe da sua assessoria de imprensa. Ridícula também, embora inteligente dentro do contexto. O homem anuncia que vai deixar de fumar e não se fala mais nisso.

Ponto número dois: um país onde a gasolina sobe duas vezes numa semana sem razão aparente a não ser os lucros das petrolíferos sem que ninguém reaja é demasiado amorfo para poder merecer seja o que for de positivo. Continuemos calados e vamos pagar dois euros por litro de combustível não tarda muito. É melhor ficar em casa a ver novelas e futebol, não é?

Não sei porquê mas nos últimos tempos ando com uma vontade para lá do controlável de ir ao Batô. Saudades disto (alguém se lembra do que é?) e de outras coisas. Quem quiser alinhar está à vontade para me arrastar.

15.5.08

Nina Simone

E esta é 'a' voz no feminino. Infelizmente também já não anda por cá. Encanta os bons espíritos lá de cima.

(porque o que importa é mesmo a voz, não interessa um vídeo onde apareça a figura física desta grande senhora, digo eu. Fica também a mensagem, poderosa)

Foi há dez anos...

... que Frank Sinatra se apagou. A voz. Era mesmo 'a' voz.
No dia em que morreu, trabalhava eu numa pizzaria onde durante nove meses amealhei economias suficientes para passar duas semanas de férias em Espanha e outra em Lisboa para visitar a Expo. Pelo meio, tentava olhar para os livros da universidade. Bons tempos.

12.5.08

Voltei

Pronto, enxuguem as lágrimas, guardem os lenços, contenham as expressões exteriores de contentamento. Ou então fujam. Estou de regresso, é verdade.

Falando a sério, gostava de conseguir resumir o que foram estes dez dias. Mas as sensações foram, e são, tão boas e fortes que corria o risco de, das duas uma, ou escrever um post com quase 5000 linhas ou então não conseguir traduzir em palavras o que vivi.

Tentando resumir, sinto-me bem como não me sentia há muito, mas mesmo muito, tempo.

Obrigado!!!!