31.12.07

Bom 2008!

E que o novo ano vos traga tantas surpresas como as que 2007 me reservou.

29.12.07

E o meu 2007 foi assim (mais coisa, menos coisa)

Olhando para trás, o que gosto de fazer cada vez menos, só me dá vontade de pensar que se em 2006 dissessem o que ia ser a minha vida em 2007 responderia ou com um sorriso de escárnio ou com uma valente cabeçada, tamanho o optimismo despudorado da perspectiva. A coisa correu bem, bastante melhor do que esperava.

Fiz 30 anos e, ao contrário do que supunha, estou mais compostinho do que há um ano. Mais maduro, mais feliz, com mais amor próprio, com mais vontade de agarrar a vida na mão e deixar-me guiar por aí.

Afastei todos, ou quase todos, os fantasmas de um passado recente que, por ter sido longo, temia que me perseguissem o resto da vida.

Aproximei-me em carne osso de várias pessoas cuja amizade nunca deixara esmorecer mas a quem faltava contacto pessoal para a tornar mais intensa e, que se lixem as lamechices, bonita. E os outros Amigos, aqueles com maiúsula também, continuam bem aqui dentro. Todos eles, todos, à espera de mais cervejas, jantares e muito riso nos próximos 340 anos.

Fiz umas férias absolutamente mirabolantes. Já que ninguém se aventurou a ir comigo correr a costa do Adriático de carro, meti na cabeça que ia sozinho para o Báltico. E lá fui eu. Duas semanas em que cada dia me surpreendia cada vez mais comigo mesmo e com o que via à minha volta. Escusado será dizer que conheci gente fantástica e lugares não menos interessantes. O mais porreiro de tudo foi ter feito coisas que, recuando o filme, jamais pensei que pudesse fazer. Pelo menos sozinho. Testei a minha capacidade de desenrascanço, perdi-me em aeroportos, em cidades que não conhecia, andei para todo o lado de mochila às costas, conversei com pessoas de umas dez nacionalidades diferentes e bebi como um animal. Sobretudo cerveja, acho que tive a minha dose para o ano inteiro. Ah, e até deu para ter o meu pedacinho de "Antes de Amanhecer".

Porque o melhor fica sempre para o fim, aconteceu algo que também sempre pensei que só pudesse suceder com os outros. Caí de cabeça por alguém que está bem longe de mim. Soltei da boca um "adoro-te" como há muito não soltava, vindo mesmo de cá de dentro, e ouvi resposta igual como também já não ouvia faz tempo. E voltei a ter gosto em querer fazer alguém feliz. O pior é que estou a gostar cada vez mais disto, desta estranha sensação de estar longe mas tão perto. Ainda bem. Pode ser que o novo ano me ajude a decidir como seremos nós. Porque se o futuro é um dia de cada vez, há alturas em que me apetecia saltar semanas só poder abraçar quem realmente quero. Paty, foste o meu melhor em 2007. Agora, se não for pedir muito, só quero que sejamos juntos o melhor que nos aconteceu em toda a nossa vida. Pode até ser loucura. Mas é como já te disse: só nos podemos arrepender daquilo que não fazemos.

PS: Só ainda não aprendi a cozinhar como deve ser. Mas consegui inventar uns 15 pratos de massa que faz favor de ver. Ou de provar.

PS2: As coisas más não vale a pena aqui referir. São passado, e recordações que só trazem dor estão bem arrumadas em mim.

28.12.07

Eu: "Então bom fim-de-semana"
Alguém: "Adeus"
Eu: "Porra, isso... Nada, esquece" (isso diz-se a quem morre, ia eu dizer, como sempre digo a quem se despede de mim com um adeus).

Detalhe: a pessoa em causa perdeu um familiar próximo há dias. Vá lá que o meu cérebro, de vez em quando, antecipa-se à inconveniência do que pode sair pela boca.
Sempre que uma personalidade polémica morre, as palavras dos que comentam o percurso da pessoa desaparecida variam entre o lamentável e o hipócrita. Esquece-se tudo de mau e resvala-se para um caminho de ocultação dos defeitos confrangedor.
Foi o que sucedeu agora com Benazir Bhutto. Foram evocadas as supostas qualidades democráticas da senhora, tida como salvadora da pátria, e esqueceu-se um ligeiro, mas muito significativo, pormenor: das duas vezes que chefiou o Governo do Paquistão foi afastada por suspeitas de corrupção, confirmadas posteriormente em tribunal.
Agora, que Benazir não merecia ser assassinada, isso não merecia, digo eu. Deve ser chato. Mais ainda porque depois de ter levado com meia dúzia de tiros no corpo, teve que suportar que o seu carrasco explodisse. Literalmente. É o que se chama rebentar de felicidade com a sensação de dever cumprido.
Só para avisar, se é que isto interessa minimamente a alguém, que nos próximos quatro dias (quatro!!!!) vou estar de folga. Objectivo: dedicar-me à preguiça total e deixar que pela cabeça apenas passem ideias relacionadas com tal. Palavras como trabalho, preocupação ou aborrecimento estão automaticamente abolidas do dicionário do meu cérebro até à próxima terça-fera. Aliás, daí para a frente farei como até aqui: deixarei que apenas apareçam em casos muito excepcionais.
Aviso, desde já, que quem me ligar antes das duas da tarde arrisca-se a ser insultado por alguém que detesta ser acordado à bruta. Com uma excepção, claro. Que para ela só há sorrisos mesmo que atenda o telemóvel às seis da manhã.

26.12.07

A única versão da "My Way" que eu suporto.

Bom pós-Natal, seja lá o que isso for.

Beijinhos e abraços, carinhos no rosto e massagens nos pés.

24.12.07

BOM NATAL!
E não se empanturrem de doces que dores de fígado são do catano.

Ennio Morricone III

E mais uma vez o Sr. Morricone. Com mais esta belíssima trilha sonora de um estrondoso filme, que me esqueci de incluir na bela da lista por pura estupidez, chamado Era Uma Vez na América. Grande em tamanho e maior ainda em qualidade.

23.12.07

Então cá vai o meu top 5:

Grace - Jeff Buckley
Doolittle - Pixies
Nevermind - Nirvana
The Bends - Radiohead
Achtung Baby - U2

Digam lá que não sou eclético?

Podia incluir mais uns 20 álbuns, pelo menos.
Tais como:
Funeral - Arcade Fire
Vespertine - Bjork
Give Me Convenience or Give Me Dead - Dead Kennedys
Strange Days - The Doors
King for a Day, Fool for a Lifetime - Faith No More
Felt Mountain - Goldfrapp
The Ultimate Experience - Jimi Hendrix
Barulhinho Bom - Marisa Monte
Play - Moby
Murder Ballads - Nick Cave
The Boatman's Call - Nick Cave
With Teeth - Nine Inch Nails
Roseland NYC Live - Portishead
Different Class - Pulp
Ok Computer - Radiohead
Soviet Kitsch - Regina Spektor
Irmãos do Meio - Sérgio Godinho
Melllon Collie and the Infinite Sadness - Smashing Pumpkins
Pisces Iscariot - Smashing Pumpkins
Curtains - Tindersticks
Tribalistas - Tribalistas
Joshua Tree - U2
Circo de Feras - Xutos e Pontapés
Perfil - Zeca Baleiro

E chega...

Vai mais uma corrente, vai?

Depois da corrente sobre os cinco filmes favoritos, que tal outra sobre os cinco álbuns de música que mais nos fazem vibrar? É este o desafio que vos faço. Agora está nas vossas mãos, Natacha, João, Rute, Mário, Filinto e Miguel. Quem mais se quiser juntar não paga nada e será muito bem-vindo.
Eu escolho daqui a pouco, agora estou cheio de sono e posso ser traído por isso. Avanço é com uma certeza: no top da minha preferência está o "Grace", do enorme Jeff Buckley.
Sempre que olho para a esplanada deste café, um dos Reval de Tallin, capital da Estónia, lembro-me daqueles três dias em que partilhámos cafés, chás de menta, cerveja, cigarros, bolinhos de amêndoa e, sobretudo, as nossas vidas. Como se tivessemos sido apresentados um ao outro há anos.
Era tão estranho. Eu a desabafar-te tudo o que estava dentro de mim, tu a atirares para fora a ressaca de um amor mal resolvido. Mas era bom, reconfortante. Como foi bom jantar contigo debaixo de chuva naquela pizzaria marada, corrermos atrás daquele eléctrico e fugirmos depois do fiscal que nos perseguiu por não termos pago bilhete, rirmos juntos quando entrámos naquele bar estranhíssimo e insultámos o porteiro que nos proibiu de fumar lá dentro, percorrermos aquelas ruas escorregadias que davam acesso ao porto só para nos sentarmos nos bancos e ficarmos a imaginar as histórias de vida dos que partiam rumo a outros destinos, emprestar-te o meu casaco enquanto congelavas, falarmos um francês macarrónico para as vendedoras de flores só porque sim, pararmos no meio da rua quando de uma janela qualquer saía Faith No More, trocarmos impressões sobre os nossos países e sentirmos que não estamos bem onde estamos e, muito provavelmente, nunca vamos estar bem em lado nenhum.
Foram três dias. Só. Tanto.
Como foi perfeito, também, o olhar que cruzámos no dia em que nos vimos pela última vez. Não foi preciso fazer nada. Porque não quisemos estragar o que foi bonito nem fazer sofrer quem ficou do outro lado. Faltou apenas dizer qualquer coisa, não soubemos o quê. "Thanks for making my days in Tallin happier", escreveste-me tu agora, passado este tempo todo. Foram essas as palavras que então nos ficaram presas na boca. Mas soube melhor ouvi-las agora. Estão mais maduras e significam que aqueles dias irão ficar dentro de nós como uma memória terna, se dúvidas houvesse.
E nunca vou esquecer o que nos prometemos quando te fui levar ao hostel pela última vez: um dia ainda vamos beber outra cerveja juntos. Tenho a certeza que sim. Estou é ansioso para saber onde.

22.12.07

Ennio Morricone

E esta faz-me chorar, admito. Da banda sonora de Malena, o tal filme das punhetas a mais. E da Monica Belluci. Sendo que uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra, digo eu. Ou se calhar até tem, mas agora é Natal e não me apetece pensar nisso.

Ennio Morricone - Cinema Paradiso

Este senhor é responsável pelas mais belas bandas sonoras que tive o privilégio de ouvir. Se o encontrasse à frente, ajoelhava-me e agradecia-lhe todos os arrepios de prazer que me proporcionou até hoje. E foram bastantes.

20.12.07

Cinema Paraíso

E esta é a cena final das cenas finais. Quem não se arrepia ao ver e ouvir isto não é ninguém. Ou é uma grande besta. Um ser merecedor de uma intensa e profunda violação por parte de um mamífero com mais de 200 quilos, vá. E estou a ser brando.

19.12.07

Os 5 favoritos (e outros que tais)

Respondendo ao teu desafio, ora cá vai a lista dos meus 5 filmes favoritos

Cinema Paraíso (porque representa tudo o que é a pureza do cinema, pela banda sonora do Enio Morricone, por aquele beijo poderoso à chuva, pela arrepiante e arrebatante cena final, pelo Alfredo, pelo Toto)

Pulp Fiction (se bem que já o tive mais em conta)

Apocalypse Now (por tudo, sobretudo pelo cheiro a napalm logo pela manhã)

Magnolia (por mostrar que a vida é uma teia tão complexa mas tão cativante ao mesmo tempo)

Antes do Amanhecer (pelo cenário, pelos dois personagens, pela envolvência, pelos diálogos, pelo amor quase proibido à flor da pele, pela paixão, por me fazer arrepiar sempre que o vejo e por me fazer sonhar que quero encontrar uma Julie Delpy)


Com muita pena de deixar de fora filmes como:

Morrer em Las Vegas

O Sentido da Vida

Adeus Lenine (e aquela enferemeira russa linda!!!!)

Mystic River (grande Sean Penn, quando for grande quero ser como tu)

E a tua mãe também (é como eu gosto: uma história simples mas bem feita, sem merdices a mais, com tudo lá)

ET (e não é que ainda me vem a lágrima ao olho quando vejo o moço ir ter com os seus?)

Às vezes sinto uma necessidade inexplicável de voltar a isto. Porque regresso a um tempo bom em que tudo me parecia eterno. Até o que sabia que não tinha futuro.

18.12.07

Gosto de passar tardes ao frio, especado em frente à porta de um tribunal e com uma multidão ávida de bater em tudo o que é jornalista. Tão entusiasmado estava o povo que chegou mesmo a acertar uma valente cabeçada numa camarada de redaccção. Emoções destas dão-me pica. E enregelam-me pés e mãos, o que é particularmente interessante.
Amanhã há mais. Pode ser que seja eu o ilustre contemplado com um soco na cara ou um pontapé nos testículos. Só para não me armar em estúpido. Antes isso que um tiro em cheio na cabeça. Sim, que hoje vi a dois palmos dos olhos gente que saca de fusco com a mesma facilidade com que de manhã pega na escova para lavar os dentes. Ou se calhar mais depressa, a julgar pelo aspecto da dentadura da maioria.
Ao menos que para a semana possa cobrir uma qualquer guerra em África. Sempre seria mais quentinho. Mas acredito mais depressa que o Pai Natal vá descer pela lareira de casa dos meus pais na noite de Natal.
Bem, de qualquer forma, se isto correr para o torto e eu for desta para melhor, deixem que vos diga que foi um prazer andar aqui 30 anos. E que sempre segui um lema que pode parecer idiota mas me ajudou a olhar em frente: "só te arrependerás daquilo que não fazes ou não tentas fazer".
Ah, e já sabem: as minhas cinzas exijo-as atiradas para o mar. Não quero cá saber de burocracias. E livrem-se de ouvir o "My Way" durante as exéquias.

16.12.07

No Porto, 16 mil pessoas saíram à rua para tentar bater mais um ignóbil record do Guinness. Vestiram-se de Pai Natal e desfilaram cidade fora debaixo de um frio que devia estar abaixo dos cinco graus. Os meus sinceros desejos é que todos fiquem de cama durante a consoada para reflectir se tamanha estupidez compensa uma pneumonia ou uma gripe poderosa.
Os organizadores da iniciativa, para além de parvos, devem ter lamentado que a Polícia Judiciária se tenha lembrado de deter os supostos autores da onda de homicídios na noite portuense poucas horas antes do início do desfile. Com a brincadeira, lá se perdeu a oportunidade de juntar mais umas largas dezenas de nomes à lista dos recordistas.
Por falar nisso, noite sem homicídios não vai ser noite. Mas que ninguém se lembre de me apontar uma Uzi, por favor. Um cadáver furado da cabeça aos pés não deve ser muito agradável à vista.

12.12.07

Este blog está parado vai para quase uma semana.
Mas se escrevesse o que me vai na alma não chegariam 500 linhas.
Poupo-vos trabalho e guardo-as para mim.
Há coisas que aqui não cabem.
Prefiro-as dentro de mim, nem que isso me custe e tenha a sensação que vou explodir daqui a cinco minutos.

Volto daqui a pouco, depois de um curto intervalo.
Se me apetecer.
Agora é que não estou muito para isso, peço desculpa.

6.12.07

Zeca Baleiro (ou a letra perfeita para definir como têm sido os meus dias)

Ando tão à flor da pele,
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final

Um barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Um bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras suicido

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio

5.12.07

Há muito que não vejo noticiado um atentado suicida no Iraque. É certo que andava mal habituado pois aquilo chegou a um ponto em que cinco minutos sem sangue pareciam uma eternidade. Mas não deixo de andar intrigado. Será que a população iraquiana foi totalmente dizimada e ninguém deu por isso? Se tal aconteceu, o Saddam deve estar todo contente lá no céu, ou onde estiver. Ele bem tentou, sem sucesso digno de registo, limpar os seus compatriotas nos quase 30 anos em que esteve no poder e agora vieram uns amercianos e uns terroristas que explodem como se não houvesse amanhã e limparam aquilo tudo. "Amigos, juntem-se a mim, vamos abrir umas garrafas de vinho, comer umas virgens e comemorar o feito que isto não é para qualquer um", pensará o homem. Isto enquanto tenta desapertar o laço com que o enforcaram. Porque nós daqueles são mais difíceis de desatar que os de marinheiro. E que aqueles que os incompetentes dos governantes aqui do burgo colocaram nos nossos braços e pés nos últimos anos.
Acho que o Governo não tem nada que se preocupar em fixar preços 'ecológicos' aos sacos de plástico que, para já, são distribuídos gratuitamente em quase todas as superfícies comerciais. Da maneira que isto está, não faltará muito para que os portugueses não tenham tusto no bolso para irem ao supermercado. Ou então, terão tão pouco que as compras caberão bem debaixo do braço.

4.12.07

Moledo


Houve frio de rachar à saída do Porto e um frio doce ao chegar lá.

Não houve Álvaro, mas houve um jantar alternativo com uma ementa superior.
Houve vinho tinto do melhor.
Houve whisky que ajudou a embalar as nossas deliciosas conversas entre um cigarro no exterior e o quentinho da sala (não sou parvo, pois não?).
Houve um sono tranquilo.
Houve um acordar estremunhado com uma voz do outro lado a afagar-me o coração e a fazer-me sorrir o resto do dia.
Houve um pequeno-almoço a desoras.
Houve compras no supermercado quais fadas do lar.
Houve um mar revolto mas tranquilizante no regresso a casa.
Houve a difícil conquista da quase desaparecida hortelã para os belos dos mojitos (santa senhora a que me arranjou a dita cuja depois de minutos de desespero).
Houve futebol e uma sempre especial vitória do grande FC Porto no estádio do maior rival.

Houve lasagnha belíssima.

Houve mais vinho e whisky.

Houve doces, belíssimos também.

Houve prendinhas (e eu ganhei uma que me baba de satisfação qual miúdo que recebe uma bola nova da mão dos papás).

Houve um filme que tem uma das cenas que mais me emocionou até hoje.

Houve mais non-sense (volto a perguntar se não sou parvo).

Haveria Party and Company não fosse uma inoportuna paragem de digestão.

Houve mais conversa.

Houve sono. Muito.

Houve um último almoço igualmente reconfortante.

Houve mar, de novo, agora apreciado mais calmamente enquanto imaginava como serei um dia como pai.

Houve despedidas com promessas de até mais logo.

Houve um regresso a dormir (e sem travagens bruscas para não acordar ninguém).

Houve companhias boas.

Houve vocês.

Houve mais um perfeito fim-de-semana.
Só não houve pijamas para certas pessoas. Mas não se pode ter tudo.

Acordei tão bem, mas tão bem, que mal abri os olhos corri logo a ouvir isto. Não sei porquê. Quer dizer, suspeito. Ou melhor, tenho a certeza. Deixando-me de coisas. Sei bem, sei. E tu também sabes. Acho que é loucura boa mesmo. Ou então fazes-me sentir tão no céu que não quero descer à terra. É bom, muito bom. Obrigado.

3.12.07

Às vezes penso que a minha vida anda contrário no tempo. Que o aconteceu não devia ter acontecido, que o que gostaria que acontecesse já deveria ter acontecido há muito.
Olho para trás e concluo isso, tento olhar em frente e percebo-o mais do que tudo.
Atirar a toalha ao chão foi lema do passado e resta agora descarregar dos ombros culpas, remorsos e arrependimentos e lutar pelo que quero nem que para isso arranque a pele aos pedaços (a minha, claro está). E não deixar que as dúvidas dos outros me inquietem. Porque também já lá vão as horas perdidas em que me preocupava mais com opiniões alheias e menos com o que sentia e desejava.

Por isso, resta-me acreditar que vou conseguir aquilo a que me propus. É o que sinto agora, não vá isto de viver perder a piada, que é coisa que não me apetecia por aí além. Além disso, são muitos os que me chamam de teimoso. Até que têm razão. Embora prefira dizer que é perseverança. E uma tentativa de ultrapassar aquilo que já conversei várias vezes com alguém cuja amizade me deixa orgulhoso: a falta de confiança em mim mesmo.

Havemos de aprofundar o assunto. No final, vais ver, concluiremos que somos apenas dois seres não alinhados que andam por aqui a esquivar-se de um mundo que está muito longe do dos outros e debaixo de olhares reprovadores de quem ainda não tivemos coragem de mandar à merda como deve de ser. Ou de despachar com um valente pontapé no glúteo. Talvez aí possamos dar mais valor a nós mesmos. Sem violências, claro.

Jeff Buckley - Last Goodbye

E logo a seguir isto. Para ter uma sensação próxima do orgasmo entre os 2m47s e os 3m8s.

Nick Cave - Far from me

Ou como acordar da melhor forma para uma semana de trabalho depois de um delicioso fim-de-semana.

Não sou parvo, pois não?

28.11.07

Para ti

Perguntaste o que queria mais da vida?
Quero fazer-te feliz e deixar-me embalar por ti o resto da vida. Quero poder ultrapassar tudo e todos para sermos um só. Quero que descubras comigo o nosso caminho. Quero que sorrias ao meu lado ao acordar. Quero deixar no teu rosto pedaços de beijos para não te esqueceres nunca de mim. Quero que estejas comigo para perceber se isto é tudo loucura ou se podemos mesmo sonhar connosco. Quero sentir-te. Quero-te a ti.
É pedir muito?
Só tu saberás se sim ou não.
Adoro-te!

27.11.07

Mais para as quotas (das boas) *

Só para dizer que te amo
Nem sempre encontro o melhor termo
Nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe
Como o mar está do céu

* e com dedicatória

Isto de agora trabalhar em instalações novas onde é proibido fumar tem as suas vantagens. Reparei hoje que consumi menos de metade dos cigarros do que antes. O que é bom para a saúde e para a carteira mas péssimo para a eliminação do stress.
Ah, e agora consigo ver ao longe o mar. O que dá sempre uma paz que só eu sei como me acalma.
Já não é só o FC Porto que domina tudo o que é competição em Portugal. José Rijo, um ilustre habitante de Alpalhão, conquistou no passado fim-de-semana o seu 14º título de "Rei dos Bigodes".
Tal como no futebol, não faltaram no final referências do vencedor às circunstâncias complicadas que antecederam a vitória, a qual, segundo afirmou José Rijo ao 'Diário de Notícias', poderia ter sido mais saborosa ainda não fosse um ligeiro acidente doméstico que lhe decepou parte da profusa pilosidade facial: "O meu bigode tinha 80 centímetros e dava com ele duas voltas às orelhas fazendo-o descair sobre o nariz. Era um espectáculo".
Palavras para quê? É um artista português.

Já agora, que é feito da pasta medicinal Couto?

Ora, de que é que se queixa?

Com a tua devida autorização. Obrigadinho, depois empurro-te das escadas abaixo para demonstrar o carinho que tenho por ti. Que é muito. Só por aturares os meus desabafos mereces um prémio.

"Venho aqui mostrar a parreca".

"A minha pardalona está a mudar de cor".

"Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas".

"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".

"Fazem aqui o Papa Micau?"

"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".

"Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma foda mal dada".

"Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos".

"Quando estou de pau feito... a puta verga".

"O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã".

Não, isto não é conversa de taberna ou de um bairro social dos mais reles do Porto e arredores. São algumas das relíquias com que foi brindado o médico Carlos Barreira da Costa no quentinho do seu consultório ao longo dos últimos 30 anos.
Garantem as estatísticas oficiais que apenas oito por cento dos portugueses conseguem poupar algum dinheiro do salário ao fim do mês. O valor mais baixo desde 1961!!!!
É tão bom viver no Terceiro Mundo e dizer que sou europeu. Tão bom que me apetece ir daqui para fora.
Não por aí há quem me queira levar para outro lado, não?
Só para daqui a uns anos poder afirmar, como o Zeca Baleiro, "minha vida agora é cool, meu passado é que foi trash".
Aceito propostas.

24.11.07

E agora a versão da mesma canção desta vez com a Katie Melua – uma querida a miúda. Interessante ver como o Shane McGowan está ligeiramente embriagado, as always, e a sua voz afectada pela falta de dentição. Continua a ser um senhor, mesmo assim. Irlandês e basta. Ou melhor, britânico filho de irlandeses. Mas com muito sangue celta a correr-lhe nas veias. E álcool.

23.11.07

Uma musiquinha de Natal, vá lá

Agora que o Natal se aproxima (socorro!!!), não vão faltar canções da época arrepiantes e a puxar para o vómito em cada esquina, nas lojas, na rádio e em tudo o que seja lugar. Esta é uma excepção. Os Pogues, do grande Shane McGowan, com a ajuda de Kirsty MacColl. Agora, livrem-se de me atirar à cara com o George Michael, a Celine Dion ou o Michael Bolton. As represálias serão duras.

You were handsome
You were pretty
Queen of New York city
When the band finished playing
They howled out for more
Sinatra was swinging,
All the drunks they were singing
We kissed on a corner
Then danced through the night

Eis como elas nos levam.... ou não *

Sally Albright:
Most women at one time or another have faked it.

Harry Burns:
Well, they haven't faked it with me.

Sally Albright:
How do you know?

Harry Burns:
Because I know.

Sally Albright:
Oh. Right. Thats right. I forgot. You're a man.

Harry Burns:
What was that supposed to mean?
Sally Albright: Nothing. Its just that all men are sure it never happened to them and all women at one time or other have done it so you do the math.

* When Harry met Sally, filme que em português tem um título digamos que bastante absurdo

22.11.07

Não me lembrava de ter um mês com tantas despesas inesperadas como este. A última foi um belo de um telemóvel depois de o meu velho Nokia ter decidido cegar. Ou seja, o visor deixou de funcionar e ficou como o 'Branca de Neve' do João César Monteiro. Para as coisas se comporem mais um bocadinho, raspei a porta do carro ao estacioná-lo no parque de estacionamento de um shopping.
Ando até a evitar fazer um teste de saúde nos próximos tempos não vá descobrir que só tenho três meses de vida.
Portugal foi ultrapassado pela República Checa no ranking de países mais desenvolvidos da OCDE, nada que me tenha surpreendido, e quase o era pela Finlândia em termos futebolísticos. Teria sido engraçado se fôssemos eliminados pelos escandinavos. Primeiro, porque gosto deles. Depois, porque a jogar desta maneira ninguém merece nada do que seja. Aliás, foi quase deprimente assistir ao jogo e à forma como a selecção se borrava de medo perante um conjunto claramente inferior. Enfim... Continuai a mimar os jogadores e o Scolari e as coisas vão ser como até aqui: andará toda a gente contente por sermos os primeiros dos últimos.
É o que eu digo, ser adepto de clube ganhador faz-me ficar mal habituado.

19.11.07

Ando apaixonado por uma bela de uma canção de um anúncio. Já tinha idade para ter mais juízo, eu sei, mas escusam de o lembrar porque a minha mãe repete-me isso as vezes suficientes para não me esquecer que ainda estou longe de corresponder ao perfil de um filho perfeito. Bem, o comercial em questão é o que publicita as virtudes, se é que as tem, do Fiat Bravo. E a música, descobri depois de uma incasável busca na internet, chama-se 'Meravigliosa Creatura' e é interpretada por uma senhora chamada Gianna Nanni, cujo nome não me dizia nada, embora em Itália pareça ser dos mais afamados. Se calhar eu é que sou igonorante, peço desculpa.
Deliciem-se com a 'canzone'. Tanto como eu é que não porque senão fico com inveja.

18.11.07

Vanessa da Mata ou a imutável mulher que se plantou ao meu lado

Deixa ver se consigo escrever isto respeitando as regras mais básicas do jornalismo. Só para matar saudades do trabalho que já lá não ponho os pés vai para mais de duas horas e isto de alombar dias e dias seguidos causa habituação tão perigosa como o tabaco.

Onde? Coliseu do Porto

Quando? Sexta-feira, 16 de Novembro, 22h00, concerto de Vanessa da Mata

Quem? Uma mulher que ficou ao meu lado

O quê? A moça acima referida, que deveria ter sensivelmente da minha idade (saída da adolescência vai para um ano ou dois, portanto) conseguiu permanecer 1h45 minutos estática, literalmente, enquanto a Vanessa da Mata se agitava no palco tentando espevitar uma multidão que dela apenas conhecia a intragável (já não a posso ouvir mais, porra), Boa Sorte/Good Luck e se marimbava para o resto das canções, as quais apenas eu e mais meia dúzia parecíamos já ter escutado em qualquer lado. Pois a referida senhora não mexeu uma vez que fosse uma parte do corpo, não esboçou um sorriso e manteve uma cara que denotaria muito mais satisfação caso estivesse num funeral.

Porquê? Isso tentei eu perceber durante todo o concerto mas não consegui. Ou seja, além de me concentrar no palco, tive a mente a divagar num assunto paralelo completamente absurdo. Característica dos Gémeos, pessoas que não conseguem estar concentradas apenas numa coisa ao mesmo tempo.

Como? A resposta anterior cabe nesta. Mas que ficar um concerto inteiro de trombas e imóvel foi uma situação nova para mim, isso foi. E estar ao lado de uma pessoa assim digamos que não é lá muito agradável. A dada altura comecei a sentir-me mal por ela. Estive até para lhe dar dois estalos na cara e pedir que acordasse, valeu que ainda vou pensando nas coisas antes de as fazer.

Falando do concerto em si, pode dizer-se que foi engraçadinho sem ter sido excepcional. Concerto de single, como chamo aos 'shows' onde a maioria do público presente apenas conhece uma ou duas músicas do artista que está em palco.

Até já há imagens no Youtube e tudo... Tremidas, é certo. Bom de perceber, portanto, que não foram recolhidas por mim. Se o tivessem sido, saíram uma perfeição, como bem devem imaginar. Paciência. Fica um cheirinho, apenas.

Mais alguma coisa ou posso pedir a conta?

15.11.07

High Fidelity

E já que estou numa de música, cá fica um dos melhores filmes sobre a mesma que vi até hoje. Como o John Cusack, um actor tão bom como tão simples, e o Jack Black, que não aprecio por aí além mas que aqui até não me desagradou. Para rever daqui a pouco tempo, tenho quase a certeza. Já agora, está a aproximar-se o Natal e tal e coisa...


E agora pouco barulho que estou em contagem decrescente para ir ver esta menina.

Só espero é não ter que levar com a euforia do público quando ela começar a cantar a Boa Sorte/Good Luck, por sinal uma das músicas mais fraquinhas que até agora deu a conhecer.
E que me deixem curtir em paz quando espalhar os primeiros acordes da "Fugiu com a Novela", a "Você vai me Destruir" ou a "Vermelho".
Uma pena que não estejas aqui para me acompanhar. Porque está "um frio que suplica um aconchego" e queria partilhar contigo"beijos intermináveis até que os olhos mudem de cor".

Agora que a rádio é obrigada a passar 25 por cento de música portuguesa, apetecia-me perguntar aos nossos autores, cantores e afins se se sentem orgulhosos. Se fosse eu não me sentiria por uma razão muito simples: é que se até aqui não foi ouvida tanta música nacional como seria desejável, tal aconteceu ou por falta de qualidade da mesma ou por incompetência dos que a deveriam promover e divulgar. Ter que ser o Estado a surprir lacunas que a inciativa privada não consegue suprir parece-me sempre um mau sinal. Porque ouvir certas coisas por obrigação não é interesse público, trata-se simplesmente de parolice e miserabilismo. Sabe a esmola.

Bem, mas vou parar de falar mal e fazer como tu, grande Rute. Divulgarei algumas das nossas relíquias e depois deixo ao critério de cada um se a lei nos fará chorar, rir, vibrar, atirar da ponte abaixo ou tentar o suicídio numa estrada de grande movimento. Ou, simplesmente, ter vergonha do país em que vivemos, como muitas vezes tenho.

Para começar, o Eduardo Nascimento, o porta-voz do Portugal fascista do Minho a Timor que representou o país no Festival da Eurovisão de 1967 com o tema "O vento mudou". Ou, como diz o voz off, 'U ventu mudu'.

Quando estou com gripe, como é o caso, é disto que me lembro amiúde. Não sei porquê. Ou melhor, até sei, mas não vale a pena avacalhar. You know what i mean...

14.11.07

"My life is just a slow train crawling up a hill", canta ela. A minha vida também é mais ou menos isso. Só não sei onde é a estação final e se o caminho de regresso será penoso ou agradável.

13.11.07



Este senhor que aqui aparece na imagem, Mateus de seu nome, foi pela primeira vez ao veterinário este fim-de-semana. A viagem, a sua estreia em grandes aventuras externas depois de longos meses confinado às quatro paredes do meu apartamento, correu melhor do que esperava. Quer dizer, o miar estridente dele provocou-me surdez ligeira no ouvido esquerdo, mas tudo bem, o amor aos animais é bonito e eu aprecio. Desde que não leve uma cornada de um touro ou outra ferradela de um dobbermann dar-me-ei por feliz e continuarei a clamar pelos direitos dos ditos sem que caia no ridículo, como muita boa gente (?) faz. O que importa é que o gato está agora vacinado contra tudo o que é doença, pesado numa balança infalível (quatro quilos e meio, o monstro) e não irá haver parasita que o mate aos bocadinhos. Pior mesmo foi o que paguei por tudo isto. Garanto que se fosse eu o consultado desembolsaria muito menos – aliás, ando a adiar uma ida ao médico há meses. Interessante foi ter ficado com um boletim sobre o estado de saúde do paciente, completado com algumas informações bastante úteis. Como a que sua raça é a "Europeu Comum". Mais do que eu, portanto, que se fosse um europeu comum gabar-me-ia de ter as mesmas condições dos restantes europeus de primeira linha e não andava para aqui a brincar à vidinha num país que só é Europa por acidente de geografia.

12.11.07

Ser adepto do FC Porto é, realmente, torcer por um clube especial. Depois de ter procurado bater o record de vitórias, objectivo que acabou por não alcançar por mera infelicidade, eis que o FCP levantou a cabeça e partiu em busca de um novo propósito: superar o número de empates consecutivos em jogos para o campeonato. Pelos vistos, parece que a coisa está correr bem. Oxalá os árbitros continuem a ajudar a tal desiderato, como tem acontecido até aqui.

Algo que o FC Porto poderia fazer, para bem do meu ego, era interromper esta série de empates no jogo da Luz frente ao Benfica. Aí, o que gostaria mesmo era de ganhar com um golo no último minuto de descontos marcado da forma mais absurda possível, tipo o Sektioui acertar com o nariz na bola, o Quaresma engatar uma trivela bem engatada a 35 metros da baliza ou o Luisão atrasar do meio campo para o Quim e este deixar passar a redondinha por debaixo do pé direito. Isso é que era.

9.11.07

Vanessa da Mata

Esta menina vem cá este mês. Já que não poderei ouvi-la abraçado a quem quero, aceito sugestões a quem me pretenda acompanhar. Esqueçam é os amassos, isso está fora de questão por muito que goste de vocês. Beijinhos na testa ainda vá, o resto é abuso.

Está o tempo tão bom e anda um monte de gente a pedir um Inverno como deve de ser. É por isso que às vezes me apetecia perder a cabeça e desatar a espancar quem merece. Pena dar chatice. E fazer doer os nós dos dedos.
Isto tudo para dizer o quê? Que não sei o que fazer com a minha roupa mais quente. Camisolas acho que ainda não as usei e até as tenho jeitosas, seria um crime deitá-las fora. Dar aos pobres daqui não vale a pena porque o calor está igual para todos.
Acho que as vou mandar para África, não tarda muito e começa lá a nevar.
E envio papas Cerelac também. Não gosto de ver vestuário a nadar nos corpos de ninguém.

7.11.07

Zeca Baleiro - Balada de Agosto

Eu sei que isto parece mal vindo de um homem. Mas este moço faz-me sentir bem, mesmo quando canta supostas lamechices. O mérito acho que é esse. Transformar o que podia ser uma bela bosta em algo com o mínimo de sensibilidade. Gostei, gosto e acho que vou continuar a gostar.

6.11.07

Ainda mal refeito do recente acidente que deixou uma singela mossa na porta dianteira direita do meu carro e hoje ia espetando-me outra vez. Fiquei a milímetros de uma viatura cujo condutor se lembrou de travar de repente para abordar uma dessas mulheres que tem como posto de trabalho a rua e usa roupas ridículas para atrair clientela. Uma puta, vá.
Só gostava de saber quem iria ficar mais lixado se houvesse um embate. Se eu por ter mais uma despesa, se ela por perder uma oportunidade de engordar a carteira.
Treze mortos num violento acidente de viação e as duas estações que supostamente se dedicam exclusivamente a notícias, SIC N E RTP N, a nadarem completamente ao lado da actualidade no momento em que ela acontecia. A primeira manteve o intragável programa onde três supostos adeptos famosos dos grandes clubes debitam baboseiras sobre o mundo do futebol. A outra brindou-nos com uma apropriadíssima reportagem sobre índios da Amazónia.
Fazer televisão assim também eu. Teria era vergonha.

3.11.07

There's two kinds of people in this world, there's winners and there's loosers. Okay, you know what the difference is? Winners don't give up


Já tinha saudades destes dias pasmacentos de Outono, de passar folgas de manta pelos joelhos a ver filmes e filmes, de adormecer no sofá ouvindo os outros na rua e a tentar perceber o que lá fazem quando podiam estar bem mais confortáveis em casa..

E de ter surpresas boas.

Agora vamos ao "Último Rei da Escócia".

1.11.07

Weapon Of Choice - Fatboy Slim

Natacha, eu sei que copiar ideias dos outros não é lá muito bonito. Mas enriquecer o meu antro de estupidez com este magnífico momento do grande Christopher Walken, um senhor, é irresistível. Depois, se quiseres, podes espanacar-me. Desde que não me rebentes a cana do nariz em pedaços fininhos tudo bem. Há quem diga que dói muito. Ou atropela-me, deve ser engraçado. Escolhe.

30.10.07

Chamem-me o que quiserem, mas a voz desta menina é assim como que queridinha. Aliás, como ela. Muito embora isto possa soar a pedofilia, que a garota parece pré-adolescente.

- Fartavam-se de bater no homem, que era um santo. Assassinos, isto não se faz!
- Obrigado pela atenção, amigo.
- De nada. Isto agora passa na TVI a que horas?
- Não passa porque eu não trabalho na TVI, trabalho num jornal.
- Ora porra. Então como é que eu mais logo posso aparecer na televisão?
- ....
- E não dá para me filmar?

Borralheira, Covilhã, serra da Estrela, confins de Portugal

29.10.07

Uma mulher deu à luz quatro gémeos e vai agora sobreviver com os 450 euros do marido. Falei com ela e está para lá de contente. Para não lhe estragar a felicidade, tive o pudor de não lhe dizer que as ajudas que irá receber do Estado serão tão ridículas que dão vontade de rebolar no chão a rir. Ou de cortar os pulsos.
A senhora desdobrava-se em sorrisos cada vez que se lembrava dos filhos e da alegria de os ter dado à luz, logo tantos de cada vez – ainda por cima saíram-lhe do ventre com apenas quatro minutos de intervalo, o que quer dizer que uma bolada nos tomates deve doer mais do que doeu aquele parto.
Gosto de pessoas assim: felizes mesmo sabendo que o futuro será uma merda tamanhas as dificuldades que as esperam. Só nunca percebi se se trata de masoquismo ou de pureza.

28.10.07

Se me desse ao trabalho, e se tivesse talento para isso, de realizar um filme, esta seria obrigatória no OST. Assim o Moby deixasse, já agora.

Não percebo a indignação que por aí reina por o FC Porto ter anunciado que não irá parar o jogo voluntariamente sempre que vir um adversário a penar de dor no chão. Não é falta de 'fair play', é pugnar pela qualidade do espectáculo.
Além disso, a decisão é bastante prejudicial para os jogadores do clube. A partir de agora vão ter que começar a correr mais 20 minutos por jogo, o tempo que até agora perdiam a tentar perceber se um colega da outra equipa estava realmente lesionado ou apenas a fazer fita.
E, mais importante de tudo, o futebol não é para florzinhas.

Outra coisa, é de mim ou ninguém dá valor suficiente ao facto de o FC Porto contar por vitórias todos (todos!!!!) os jogos do campeonato e de não ter ainda perdido um único na Liga dos Campeões? Se fosse um clube que cá sei, o plantel já tinha sido recebido no Parlamento.
Juro que descarrego uma Uzi em quem ouvir dizer: "ai que bom que mudou a hora, assim pude dormir mais uma horinha".

Uma Uzi é capaz de ser demasiado. Dois sopapos, um calduço, três choques de alta voltagem, sete sugestões de toques rectais a sangue frio ou atiçar o carinho de um pittbull com o cio, talvez.

Um insulto baixinho, vá, que não sou pessoa de violências.

27.10.07

Björk - Jóga

Não é só a música, que vale muito a pena. É, sobretudo, a paisagem da Islândia que aqui aparece e me faz sentir cada vez mais vontade de lá ir. Alguém me acompanha?

25.10.07

Closer

Gosto de reter as boas recordações do passado. Por vezes, sabe-se lá porquê, o pior sobe-me à memória sem aviso prévio. Volta rápido para o canto de onde nunca deveria ter saído. Mas faz o suficiente para me importunar com coisas que já há muito deviam estar bem trancadas dentro de mim.

O milagre da vida segundo os Monthy Python

E a máquina que faz 'ping'!

24.10.07








Não, este vaso não contém nenhuma planta ilícita com efeitos alucinogénios ou similares. Foi apenas testemunha de uma das melhores noites que passei nos últimos tempos. Graças a vocês todos (como diria o Octávio, vocês sabem de quem eu estou a falar).
Noite essa que começou com uma bela refeição, estávamos esfomeados como cães, acompanhada de um vinho tinto diria que para lá de jeitoso – quantas garrafas foram: três?. Não é que fosse necessário, mas a mesa exactamente atrás de nós deu a deixa para aquilo que viria a ser um fim-de-semana de muita bojarda deliciosa quando uma das senhoras que lá se sentava se lembrou de repetir, alto e relativo bom som, a inusitada expressão "vamos fazer o sexo" umas quantas vezes. Ninguém levou aquilo à letra, mas ficou dado o mote. Não para três dias de desenfreada actividade carnal com bastante suor à mistura, mas para muita e deliciosa conversa com humor, ternura e sensibilidade (às vezes boçal, é certo) à mistura.
Uma primeira noite que terminou com toda a gente a olhar para o céu a espreitar as estrelas, e com que belo cenário o céu nos presenteou, de copo de vinho ou whisky na mão durante aquilo que me pareceram algumas horas. Não sei quanto tempo foi exactamente, terá sido o suficiente para ter sabido bem como tudo. O entusiasmo foi tal que alguém teve francas dificuldades em voltar à postura normal após ter a ideia, diria que pouco confortável, de olhar o infinito deitada num chão de cimento duro.
Se a noite acabou assim, escusado será dizer que divinal, o dia seguinte brindou-nos com um sol maravilhoso, que disfrutámos, alguns de nós, em plena praia. Cheguei a pensar mandar-me de cabeça ao mar, confesso, mas apanhar uma crise de hipotermia não fazia parte dos meus planos. Já bastou vocês testemunharem como a minha pele é quase transparente, portanto vê-la roxa não seria certamente agradável.
E houve também os momentos de convívio à mesa, ai aquele bolo de chocolate e a deliciosa picanha, que vão perdurar na minha memória tempos a fio. E houve mais uma noite, menos animada um bocadito, mas o cansaço era algum e adolescentes deixámos de ser já lá vão uns anos. E houve mais sorrisos, mais cumplicidades, mais sinais, creio, que amizades se reforçaram minuto a minuto. E houve o último dos três dias, mas não o derradeiro que passámos juntos, tenho a certeza.

Não poderia também de deixar de elogiar os teus dotes culinários (e obrigado por me acordares sem me atirares cama abaixo, o teu bater de porta foi como um despertar dos anjos), a tua paciência para aturar os meus desabafos (só tu mesmo para os compreenderes), a tua e a tua infinita generosidade (e o sorriso lindo da vossa filha), a tua pouca mas compensadora companhia (depois foste fotografar gajas, não te queixes...), o teu sentido de humor encantador e inteligente (já sabes onde está o magnífico casaco de pele de pastor alemão?).

Escrever isto com o cheiro a mar a entrar-me narinas dentro, não sei como é possível isto acontecer mas o vento por vezes faz milagres, aumenta ainda mais as saudades dos dias que tive o prazer imenso de compartilhar convosco.
Obrigado!

Ah, e acho que nunca falámos de blogues!

19.10.07

Bom fim-de-semana para mim. E para nós todos.


Um jovem casal brasileiro trocou o respectivo bebé de nove meses por uma televisão, um DVD e cinquenta reais, qualquer coisa como a ninharia de 20 euros. Os compradores da criança, curiosamente evangélicos (ricos princípios cristãos que apreenderam) acabaram por ser apanhados a tempo antes de fugirem com a criança.

Por acaso, estou a precisar de uma televisão nova. Tenho que fazer um filho rapidamente.

18.10.07

E com isto tudo já só falta um dia... Não é que o tempo até passou depressa? Só espero é que quando mais interessar as horas pareçam longos e arrastados minutos a atravessar o relógio.

Mais uma do grande Zeca Baleiro só para antecipar mais docemente o fim-de-semana.

Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida noves fora zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver

A acreditar no Instituto de Metereologia, que tantas vezes é tão fiável como as previsões do Banco de Portugal para o crescimento da economia, estão em perspectiva "temperaturas elevadas e céu pouco nublado que vão oferecer aos portugueses, até à próxima segunda-feira, um clima de Verão pouco habitual nesta altura do ano".
Ora bem, que isto dizer o quê? Que está em marcha uma bela invasão minhota que tem como objectivo conquistar todos os pedaços de sol que brilharem sobre a região entre sexta-feira e domingo. Faz parte do exército que se propõe a tal desígnio um muito significativo grupo, composto por gente que tem tanto de inteligente como de deliciosamente tola. E o que eu gosto desta mistura. Quase tanto como de gelado de menta com chocolate quente.
Por isso, tu, tu, tu, tu, tu, tu e mais tu, façam o favor de me aturar. Se posteriormente se arrrependerem, podem expulsar-me de casa que vou dormir para a praia. Coisa que adoro é olhar as estrelas deitado na areia antes de adormecer. E já não faço isso há algum tempo, confesso, o suficiente para começar a sentir saudades.

17.10.07

Espero sinceramente que os dois concertos do Caetano Veloso no Coliseu tenham sido uma valente merda. Era isso que ele merecia por ter autorizado bilhetes tão caros e que mereciam também os que se dispuseram a pagar tanto dinheiro para ver ao vivo alguém que não demonstrou o mínimo de consideração pelo público. Agora vai lá fazer queixinhas à Dona Canô, vai...

16.10.07

Hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho
E desejar bom dia
De beijar o português
Da padaria...

Me dê a mão vamos sair
Prá ver o sol!

Contagem decrescente

Segunda já lá foi.
Terça está quase.
Quarta bate à porta.
Quinta espreita bem perto.
E sexta, a grande sexta, ameaça aparecer não tarda nada.

Pena que o tempo não passe mais depressa.

15.10.07

Depois de um excelente fim-de-semana, acordei para o trabalho com esta disposição. Não é muito normal, podia ser pior (só de pensar que o meu pai pode ter dançado como os moços que aqui acompanham a Petula Clark assusto-me) e não há no Youtube sinal de uma belíssima canção da Marisa Monte com a Velha Guarda da Portela intitulada “Volta Meu Amor”, que me (nos) acompanhou nos magníficos dois dias e meio passados no cenário quase idílico descrito no post anterior . Obrigado, foi mesmo do melhor.

12.10.07




Este será o meu belo poiso de fim-de-semana. Melgaço, Minho, Portugal, com Espanha à distância de una mirada. Qualquer coisa, é favor não incomodar. Estarei demasiado ocupado para me preocupar com chatices mundanas. E tenho (temos) muito vinho para provar.
Era adolescente quando ouvi alguém dizer que a felicidade é apenas um momento transitório que a infelicidade oferece. Se não foi isto, foi parecido. Mas marcou-me ao ponto de achar que tal afirmação é, ao mesmo tempo, tipicamente portuga (ai o fadinho, ai a desgraça) e uma grande treta. Tempos houve, mesmo assim, em que olhava mais para o futuro e desconsiderava o presente. Agora é diferente. Sinto que tenho aproveitado o hoje como há muito não o fazia e sinto-me tranquilamente feliz. Não é como se tivesse fumado marijuana, mas a sensação anda lá perto. Só não provoca secão na boca, ligeira dormência nas pernas e sorrisos estúpidos. Estou bem comigo, estou bem com os outros, tenho adorado o que a vida me tem atirado para o colo e a marimbar-me baixinho para coisas reles . E quero continuar assim, se não se importam.
Curioso como a minha memória cola canções a pessoas que se cruzaram, ou continuam a cruzar-se, comigo. A associação é tão forte que há músicas que antes adorava e hoje não consigo sequer ouvir porque me recordam alguém que quero atirar para lá do esquecimento. E outras que apenas se tornaram especiais porque ao escutá-las sorrio por dentro com as memórias que me trazem.
Estou bonito, estou...

Tindersticks - My Oblivion

Eis quando letra e música combinam na perfeição. Gosto particularmente de ouvir algo como “the edges of our love are in the stars?”. Deveras bonito, digo eu.

She's my oblivion - it's to her I run
Out on the balcony - she waits for me
Out on the boundary - she smiles

She's my oblivion
Which way to turn?
The edges of our love are in the stars
And on the balcony

She waits for me
Out on the boundary
She smiles

Make this alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air


I can't tell you what you already know
I can't make you feel what you already feel
I can't show you what's in front of you
I can't heal those scars

She's my oblivion
And my skin burns
Her hands all over me

She whispers:
“The edges of our love are in the stars? (choir)



Good days are alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air

So look down to the street below
Don't look up to the stars above
You look around
See what's in front of you
Don't look down, don't look down

Can you see the light?
It shines onto us tonight
Can you see the light?
It's all around you.

11.10.07

Morphine - The Night

Cá vai mais uma da banda do grande Mark Sandman, o homem que tinha tanto respeito pelo público que morreu durante um concerto.

Morphine - Gone For Good


Há coisas tristes que sabem tão bem. Como esta.

OBS: O vídeo não é o original, mas não se pode ter tudo.

Um estudo aponta que 25 por cento dos portugueses apresenta sinais de depressão. Está explicada muita coisa, sobretudo o sucesso do recente CD conjunto da Mafalda Veiga e do João Pedro Pais.

Já agora, eu devo ser dos poucos que não se queixa de qualquer doença do foro psiquiátrico, por insignificante que seja. Serei normal?

9.10.07

Cento e cinquenta pessoas reuniram-se numa vigília e ficaram duas horas em silêncio por Myanmar, a antiga Birmânia. Foi a melhor forma de protesto. Aposto que se abrissem a boca não iam saber explicar o que lá se passa. Amanhã estarão na rua outra vez pelo direito a comer massa com a boca aberta ou contra a matança das focas no Canadá. Todos os motivos são bons para aparecerem na televisão com o ar compungido de quem quer salvar o mundo mas a mãe não deixa.

7.10.07

Domingo, dia santo, dia de baptismo do elemento mais novo da família. Manhã cedo, meto-me no carro e inicio uma longa digressão que me levará à igreja onde o puto receberá a água benta que, supostamente, o oficializará perante Deus. Só que mal saio de casa, e talvez porque Ele conhece bem as minhas desconfianças em relação a este tipo de cerimoniais e à Igreja Católica no seu todo, prega-me uma partida que dispensava de bom grado. Estou eu ao volante da minha magnífica viatura capitalista comparada a preço popular quando decido mudar de faixa de rodagem. Olho pelo retrovisor do lado do pendura, nada de carros num horizonte próximo, por isso toca a passar para o lado direito. Eis senão quando ouço um ligeiro chiar de pneus e uma pancada seca. "Ora foda-se (que é o palavrão que mais uso quando alguma coisa me calha mal), isto começa bem. Um acidente às 9h30 da manhã era mesmo o que me estava a apetecer", repeti umas 10 vezes depois de conseguir controlar o carro e evitar um outro embate contra o passeio – sim, que o belo do Lancia ainda decidiu guinar ligeiramente só para testar a minha aptidão ao volante. Saio do carro, olho para a rapariga que teve o privilégio de chocar o respectivo veículo contra o meu e assusto-me. Não propriamente com a cara de pânico da moça, mas sobretudo com a pelugem que lhe enfeitava o pescoço. "Desculpe, a culpa é minha, não a vi, deve ter sido o ângulo morto", disse-lhe. "E agora, tenho que ir abrir a loja no Norteshopping ou ainda vou ser despedida?", responde. "Ora porra, vou ter que inchar o dinheiro do seguro para lhe pagar o conserto e queres ver que ainda vou ser responsável por mais um desempregado?", pensei. Lá chegámos à conclusão que éramos pessoas de bem e que não era preciso chamar a polícia para nada, nisto de sacar conclusões sobre pessoas que conhecem há menos de um minuto os portugueses são mestres, e fomos para um café preencher a declaração amigável. Foi a primeira vez que me dei a tal trabalho e fiquei entusiasmado ao perceber que há algo mais complicado de fazer do que mergulhar em apeneia durante cinquenta segundos. Meia hora depois despedimo-nos. "Qualquer coisa pode ligar-me à vontade", tranquilizei-a. "Desde que não me convides para sair, estás à vontade, telefona à hora que quiseres", sublinhei apenas para mim. Olho mais calmo para a porta do meu carro e vejo-a parcialmente metida dentro. Penso no que vou gastar e no trabalho que vou ter a tratar de tudo o que tem a ver com o seguro, desespero durante dois segundos e sigo caminho. Pouco depois de regressar à condução quase atropelo um cão que se atravessa à minha frente. Da próxima vez que for convidado para um baptizado que calhe em dia de trabalho, juro que não peço uma folga. Ele pode gostar de repetir a brincadeira e eu não estou para isso.

5.10.07

Enquanto não a ouvimos juntos, fica aqui para quando quiseres lembrar-te de nós.
Adoro-te, Paty!

O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina
O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.

Para ti, meu amor

2.10.07

Agora que estou a pensar novamente deixar de fumar (podem rebolar a rir os que já me ouviram dizer isto 547 vezes, pelo menos) decidi fazer um ligeiro teste de abstinência. Até agora, a coisa está a correr bem. Há cinco minutos que não pego num cigarro.
Acho que vou raptar um bebé de uma maternidade. Além de ser um bom teste à perícia e à capacidade de discrição, deve ser também óptimo para aliviar o stress. Depois devolvia-o, claro. Colocava-o num cesto junto a uma igreja qualquer ou à porta da Sociedade Protectora dos Animais. Fizesse o que fizesse, a julgar pelo veredicto do Tribunal de Penafiel, nunca iria para a cadeia. Só teria que tratar a criança com amor e carinho e mostrar-me muito arrependido. Esta última seria a parte mais complicada porque não sei fingir que choro. O resto com duas bofetadas na cara resolvia-se.
O pai do Presidente da República morreu e foi primeira página em quase todos os jornais. Quando for eu, só vou aparecer na secção de necrologia. A não ser que o meu Nelo vá para político.

1.10.07

Agora que já não me livro de arrepios de frio de dez em dez minutos e que sou obrigado a andar de meias em casa, figura ridícula, só me apetece dizer uma coisa: ora foda-se. Este deve ter sido dos Verões que me soube melhor, não sei muito bem explicar porquê. Aliás, há muitas coisas que gostaria de perceber e não consigo. Umas angustiam-me, outras fazem-me ter dúvidas , outras simplesmente divertem-me. Pena que não ache piada nenhuma ao que me tem assaltado a mente ultimamente, mas enfim...
O melhor é esquecer, são apenas divagações de quem não tem mais nada para fazer além de andar para aqui a escrever coisas sem sentido enquanto vai tentando percebendo o que quer da vida. Ou melhor, até que sabe. Resta saber é se está certo, errado, iludido, fodido ou simplesmente a tentar ver para lá daquelas barreiras que depois de ultrapassadas permitem o acesso a um caminho feliz e correcto.
Além disso, sou Gémeos.

Obs: aqui em baixo está uma bela de uma canção dos Faith No More. Não é a primeira, que aquilo é dose dupla. Basta esperar um bocadinho e surge logo a "Just a Man", que me acompanhou nas minhas férias durante dias a fio, sobretudo naqueles em que andei em Tallinn com um grupinho de pessoal de diferentes nacionalidades que junto se divertiu, riu, conversou de tudo e mais alguma coisa como se conhecesse há anos . Bebíamos muito também, mas isso agora não interessa nada. Isto quando me batem as saudades em alturas em que estou mais em baixo não é nada bom. Mas não há razão para preocupações extremas. Tenho demasiado amor à vida para sequer pensar em mandá-la à merda por um minuto que seja.

28.9.07

Os Xutos não são a melhor banda portugues. Eles são A banda. Os maiores, grandes. E então ao vivo metem nojo de tão bons.

A minha vontade de escrever neste blog tem sido tanta como a que tenho de me lançar numa aventura homossexual nos próximos cinquenta anos. Quase nenhuma, portanto, não vão mentes maldosas pensar que estão perante uma confissão apaneleirada da minha parte. Mas hoje resolvi abrir uma excepção. Não para um caso gay, mas apenas para comentar o que se tem passado no PSD, esse ilustre partido que, para nossa desgraça, já nos governou anos a fio e agora lidera a oposição, ou diz que o faz. Uma coisa é certa: qualquer que seja o vencedor das eleições directas de hoje, adivinho tempos difíceis para os sociais-democratas e, por arrasto, para os portugueses. Não vou falar da baixa estatura de Marques Mendes e da sua gritante falta de ideias e critérios ou das dificuldades de Luís Filipe Menezes dizer duas frases seguidas sem indirectas maldosas e de gosto duvidoso. Prefiro antes assinalar que um dos maiores partidos nacionais passará a ser liderado por um indivíduo que faz afastar da política e das mesas de voto um milhão de cidadãos cada vez que abre a boca. Ambos os candidatos são tão fracos, tão fracos, que me sinto envergonhado. E nunca votei PSD uma vez que fosse na vida. Acho que preferia gostar de homens, aliás.

26.9.07

Rute, cá vai mais um post plagiado do teu estaminé, com devida autorização prévia, claro está. Da próxima vez que nos virmos, lá para 2010, ofereço-te uma garrafa de vinho. Ou um belo de um pontapé na rótula esquerda, depois escolhes o que achares melhor para ti. Entretanto vamos falando, nem que seja para dizer absurdos conscientes, como de costume. Sabe bem. Ah, e assino por baixo o que escreveste. Porque, como já te comentei, o pior do casamento é a sensação de eternidade que deita a perder tanta coisa e faz desaparecer muito do bom que há numa relação bonita a dois se a coisa não for alimentada convenientemente. Digo eu, que já me casei, descasei e não quero ouvir falar em casamento tão cedo. O resto tu explicas bem. Obrigado, tiraste-me as palavras da boca.

Cá vai:

O «Correio da Manhã» revela hoje que a alemã Gabriele Pauli, militante da União Social-Cristã defende que o casamento deveria ser um contrato temporário prorrogável, ou seja, deveria terminar automaticamente ao fim de sete anos, podendo o casal renovar os votos se quisesse. Eu acho bem. Acho bem porque se acabariam as temíveis crises dos sete anos. Acho bem porque se acabariam – sem grandes dores de cabeça – os casamentos falhados. Acho bem porque haveria festa de sete em sete anos. E, sobretudo, acho bem porque o casamento a prazo iria obrigar a mais esforços, tal como os fazem os namorados. A possibilidade/o perigo de o outro não querer renovar os votos ao fim de sete anos poderia obrigar-nos a mais trabalho de casa, a menos discussões, a mais cinemas, a mais jantares, a mais flores, a mais cuidados. A mais sexo. A mais. Acho bem. Olho para mim, olho à minha volta e creio ainda mais nessa teoria. O casamento deveria ter prazo. Pelo nosso bem.
Serve o presente post para anunciar oficialmente que o meu Inverno começou hoje quando, pela primeira vez em muitos meses, cheguei a casa e vesti umas magníficas calças de pijama bem cardadas. E não, não tenho pantufas com patinhos ou outros animais ridículos.
Uma merda, é o que é. Estava a gostar tanto do calor e agora vem o frio lembrar-se que também é gente só para me chatear um bocadinho, o porco.

24.9.07

Para começar bem a semana II

Para começar bem a semana I

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Florbela Espanca

23.9.07

A principal descoberta que fiz no IKEA foi... geleia de mirtilo. Quais móveis, camas, estantes e afins, o melhor mesmo foi esta pérola dos deuses que agora está disponível ao preço da chuva na bem gizada mega-loja do senhor sueco com um nome esquisito. Devo dizer que comprei uma embalagem na sexta-feira e já a empaturrei quase toda. Aconselho vivamente.
Enquanto escrevo este post, chego é à conclusão que a bela da compota deixa o teclado pegajoso, o que é uma porra.
Assisti a uma reportagem na RTP1 sobre o lançamento do filme "Fado" e fiquei com uma dúvida: o realizador é o Carlos Saura ou a Rosa Veloso? Digo isto porque tantas vezes apareceu na imagem um como o outro. O que é, aliás, normal quando se trata de uma peça da correspondente da estação pública em Espanha. Só lamento que a mulher nunca tenha tido a sorte de ser filmada em cheio durante um atentado da ETA. "Com imagem de Michael Gore, Rosa Veloso, a RTP no País Basco. Quer dizer, o tronco no País Basco, o resto do corpo espalhado algures por aí". Seria épico. E merecido.

21.9.07

Se os piropos agora não fossem quase ilegais, atrevia-me a dizer que a Julie Delpy é um doce que me apetecia saborear uma noite inteira. Mas além disto soar compleatamente estúpido e parolo, ela deve ter mais com quem partilhar serões.
Serve tal de prelúdio idiota para referir o seguinte: a menina resolveu lançar-se na aventura de dirigir um filme. Coincidência, ou talvez não, a fita chama-se "Dois Dias em Paris", o que me deixou logo desconfiado de que seria uma tentativa de chegar aos calcanhares dos brilhantes e absurdamente belos "Antes do Amanhecer" e "Antes do Anoitecer".
Ainda não vi o filme, por isso não posso dizer se é bom ou mau. Aquilo que me apetece para aqui desabafar é que se ela conseguir chegar aos calcanhares da cena que se segue, basta apenas isso, tiro-lhe o meu chapéu e ajoelho-me numa cama de pregos. É, simplesmente, um dos diálogos mais ternos e deliciosos que já vi. Como eu gosto: simples mas muito, mesmo muito, bem feito.
Diria lindo, mas depois acusam-me de andar lamechas.

19.9.07

Nine Inch Nails - The Hand That Feeds

Ah, e aprecio bastante estes senhores também. Agora chega que por hoje exagerei.

Pixies - Monkey gone to heaven

Não sei se já disse, acho que sim, mas gosto muito disto. Não sei se já disse, acho que sim, que vibro ao ouvir esta coisa boa já lá vão mais de 15 anos. Não sei já disse, acho que sim, que isto é mesmo delirante. Não sei se já disse... É melhor ficar por aqui. Depois acusam-me de ser chato.

Planos para as quatro folgas consecutivas que amanhã, quinta-feira, se iniciam e que se seguem a dez intermináveis dias de trabalho (dez!!!).

1 . Dormir, muito e profundamente.
2. Jantares, jantares, jantares, copos, copos, copos e gargalhadas, bastantes.
3. Uma ida àquele restaurante a que pretendo ir novamente já lá vai quase um ano.
4. Um ou dois passeios na marginal acrescidos da indispensável leitura de jornais frente ao mar.
5. Fazer compras para a casa qual fada do lar.
6. Continuar a escrever coisas estúpidas neste humilde blog
7. Mais uns copos e uma dose exagerada de humor non-sense.
8. Olhar para o Porto durante a noite do lado de Gaia, de preferência sem cair ao rio.
9. Dormir mais um bocado.
10. Pastar, preguiçar e outras coisas tão boas que se fazem quando o ócio aperta.

Segunda-feira vou chegar à conclusão que não fiz metade. Mas fica a boa intenção. Ao menos que durma.
Agora que os piropos obscenos podem ser punidos com um ano de cadeia, adivinho uma grande crise de mão-de-obra no sector da construção civil nos próximos 72 anos. Depois disso não é preciso preocupar-nos porque ao ritmo a que o mar tem avançado Portugal já não fará parte do mapa nessa altura.

18.9.07

Goldfrapp

João, vê lá se gostas disto. Se não te agradar posso mandar para trás e peço um prato de carne ou peixe à tua escolha. Só não pago a conta que este mês isto anda tremido.

Obs: o vídeo não é oficial mas as imagens de Paris até que são porreiras, diz lá que não são.

Juro que no dia em que conseguir não adormecer num tribunal vou abrir uma garrafa de vinho e bebê-la com um bom grupo de amigos.
Ia propôr uma orgia, mas não gosto de confusões.

17.9.07

Estes moços apanharam mais de 100 da Nova Zelândia, mas só pela forma como cantam e sentem o hino nacional mereciam ganhar o mundial de râguebi. Eu, que até nem sou patriota, fiquei impressionado.

16.9.07

Pulp - Common People

Gosto destes tipos, em particular do Jarvis Cocker. Olho para ele e recordo-me como era na adolescência: alto, desengonçado, magro e com um penteado que só mais tarde concluí que era um bocadito ridículo. E parvo, característica que ainda hoje mantenho com um certo prazer.


Fico todo orgulhoso cada vez que a Vanessa Fernandes conquista mais um título internacional no triatlo. É reconfortante perceber que ainda há homens em condições no desporto português.

15.9.07

Bom, já que certas pessoas adivinharam que uma seta atravessou a minha pessoa, não há como mentir mesmo. É verdade, declaro-me culpado. E é tão bom sentir o que sinto depois de tanto tempo em que tal sentimento andou arredado de mim. Ainda por cima alguém como ela, com um sorriso misterioso e belo como nunca vi, um sentido de humor contagiante, uma alegria admirável e linda, sobretudo linda. Uma pessoa que me deu vontade de fazer alguém feliz de novo. Que está longe, é certo, mas que um dia vai (vamos) estar bem perto. E ela tem nome, chama-se Patrícia, prefere que a tratem por Paty e a responsável por eu estar a sentir esta coisa esquisita e boa que se chama paixão. Obrigado linda, és um amor!

Lá terá que ser...

... diz que é uma corrente. E eu dessas coisas tenho medo, muito medo. Tanto que enquanto escrevo estas curtas linhas estou a urinar-me pernas abaixo.

14.9.07

E este é um dos melhores beijos que vi até hoje. Cinema Paraíso, claro... Lindo!

Mar Adentro

Confesso que chorei quando vi esta cena pela primeira vez...

13.9.07

Praga, Praha, Prague

Senhoras e senhores, eis a cidade mais bonita que tive o privilégio de visitar. Percorri aqueles cantinhos todos com a melhor companhia do mundo. Obrigado, mana: foste o melhor que podia ter tido numa fase bem complicada da minha vida!

Pergunta inocente: a novela da Maddie vai durar tanto como o 'Anjo Selvagem'? Não valerá a pena acabar com isto de uma vez e revelar que o mordomo é o verdadeiro pai da miúda e que Gerry, num acto de desespero brutal, matou-a e escondeu o corpo no armário do quarto do Ocean Club, onde acabou por descobrir uns seis ou sete outros amantes da mulher? E, já agora, que o mordomo é um queniano que vendia estátuas de madeira em Lagos e está a actualmente a destruir mais casamentos algures entre Benidorm e Torremolinos? Quanto a Kate, está grávida de um menino a quem pensa baptizar como Madeleine, futuro travesti de sucesso em Leicester. Estou é ansioso para saber o final dos agentes da Polícia Judiciária envolvidos na investigação do caso. Parece que vai sair dali um casamento a realizar no Canadá.

12.9.07

Mas isto sim: é a cena final perfeita, de um filme perfeito, com uma banda sonora perfeita. Quem nunca viu isto merece o inferno. Quem viu e não se emocionou é porque não tem sangue a correr nas veias. Quem nunca chorou é porque não é sensível o suficiente para apreciar a beleza. De tudo.

Magnolia - Wise Up

Eis a (quase) cena final de um dos meus filmes favoritos. A banda sonora, da menina Aimee Mann, é ainda melhor. Grandioso. Que saudades de ver isto outra vez. Espera lá, acho que tenho o filme ali em DVD, foi uma das melhores prendas do meu 30º aniversário, ainda por cima oferecida por um grupo de GRANDES amigos que decidiu encher-me as medidas com um monte de filmes me fazem babar de satisfação. Só faltou o Cinema Paraíso, mas estão perdoados. Obrigado camaradas! Por vossa causa lá vou eu deitar-me outra vez madrugada dentro com uma manhã de trabalho à minha espera...

11.9.07

Portishead - Glory Box

Se fosse mulher, esta era a canção que exemplificaria de forma perfeita o que esperaria do homem que desejasse amar da forma mais intensa do mundo. Como sou homem, limito-me a esperar que alguma me diga um dia uma coisa do género.

10.9.07

A 11 de Setembro de 2001 cheguei ao jornal onde trabalhava na altura e ao olhar para a televisão vi um avião embater numa das torres do World Trade Center. Ao lado, um colega cujo nome me abstenho de escrever mas que posso afirmar que é dos tipos mais broncos que conheci até hoje, garantia-me que se tratava um aparelho da polícia que estava em perseguição a um pequeno Cessna que tinha chocado contra a outra torre do WTC.
Confesso que achei aquilo muito estranho e não demorei muito tempo a percerber que aquela teoria era completamente absurda, assim como as 500 que se seguiram aos atentados – um pouco ao ritmo do que hoje se vai passando com o caso Maddie. O coração dos Estados Unidos tinha sido atacado e pensei de imediato que estava em marcha o início da III Guerra Mundial. Por breves instantes imaginei-me no meio de um cenário de conflito qualquer, mas enfiei um pacote de açúcar na boca e desci à Terra em dois tempos.
Pouco depois de as torres caírem, literalmente, algo a que assisti com a boca aberta de espanto (o que eu gosto de bocas abertas de espanto) mandaram-me realmente para o World Trade Center. Estive para responder que não valia a pena porque já não havia World Trade Center e o jornal não comportaria uma viagem de urgência para Nova Iorque – o máximo que estive para fazer no estrangeiro foi um trabalho em Omã, adiado precisamente por causa do 11 de Setembro – mas o que a chefia pretendia era que fosse para o World Trade Center do Porto, onde havia uma bela de uma ameaça de bomba.
Lá chegado, deparei-me com uma cena verdadeiramente portuga: o edifício fora evacuado por razões óbvias mas perímetro de segurança nem vê-lo. Resultado, uma multidão concentrava-se à porta e esperava pacientemente que a bomba explodisse. O que seria bom para mim em termos jornalísticos porque assistiria ao vivo e a cores a um pequeno massacre que arrastaria para a morte uns cem pacatos cidadãos que apenas queriam divertir-se a ver uns engenhos fazer um prédio ir pelos ares.
Tal não aconteceu mas mesmo assim deu para fazer umas coisas no local, não me lembro exactamente o quê. O que sei é que, regressado à redacção, tive ainda trabalhinho de sobra até às três da manhã (isso mesmo, três da manhã!). Eu e o resto dos camaradas, verdade seja dita. Valeu um rápido mas agradável jantar pelo meio, em Leça da Palmeira, onde ouvi uma das melhores da noite: uma senhora que se queixava do cancelamento da emissão do Big Brother 'só' por causa do que acontecera em Nova Iorque. Ainda por cima em noite de expulsão, lamentava ela...
Resumindo, foi um dos dias mais trabalhosos que tive até hoje mas que me deu um prazer do caraças. Até porque no meio da anarquia a coisa correu bem graças à inteligência e cabeça fria de meia dúzia – eu apenas me limitei a embarcar na onda. Quem dera mais dias do género, garanto que são coisas destas que me dão verdadeira pica.


PS: A 11 de Setembro de 2007 vou fazer um julgamento de uma senhora que decidiu simular uma gravidez e raptar uma bebé de um hospital. Levarei um rádio pequeno para ficar colado ao ouvido não vá o Bin Laden lembrar-se de derrubar outras torres quaisquer, o malandro.

9.9.07

The Clash - Should I stay or should I go

E como se esquecem tristezas futebolísticas e outras que não vêm ao caso, como é? Ouvindo isto. Outros que são grandes, muito grandes, bastante grandes, enormes. Não é que seja intolerante, mas quem não gosta dos Clash merece ser colocado numa jaula de tigres com o cio.

8.9.07


Pensava que Octávio Machado era o único treinador que colocava um jogador com pouco mais de 1,65 metros como ponta de lança. Enganei-me, Luiz Felipe Scolari é igualmente burro a esse ponto. O homem pode ser muito bom a nível psicológico com as injecções de confiança dadas aos jogadores através de bilhetinhos e outros mimos. Agora, a nível táctico é um desastre. E comprovou-o bastas vezes, as suficientes para já ter levado um pontapé no cu e ir chular outra federação ou clube quaisquer.

Além disso, nunca lhe vou perdoar a humilhante derrota com a Grécia na final do Euro 2004 e outras patetices, como a incapacidade de virar o jogo contra a França na meia-final do último Mundial – parecia que estava em pânico no banco. Porque não sou dos que me contento com vitórias morais. É o que dá ser adepto de um clube que já foi duas vezes campeão da Europa e do Mundo e soma títulos atrás de títulos a nível interno: fica-se mal habituado.

Pixies - Vamos

Eles são os maiores. Os maiores não, dos maiores. São grandes, loucos, deliciosos. E já me acompanham desde há tanto tempo que merecem aparecer aqui mais do que a conta. Ai Pixies, Pixies, o que muito curti à vossa custa... E continuo a curtir, o que é interessante. Tenho um amigo que diz que até dar uma queca ao som deles sabe melhor. Mas da minha vida sexual não falo, por isso ficam por saber se prefiro ouvir Pixies ou música de fazer meninos enquanto me dedico a prazeres carnais. Se bem que música melosa me faz adormecer em qualquer circunstância.
Pixies forever!

Um soco bem dado no estômago, um pontapé que estale perónio e tíbia ao mesmo tempo, uma cabeçada que estraçalhe a cana do nariz em pedaços mais finos que vidro, dois dedos olhos acima, outro murro no meio das pernas até rebentar com túbaros ou trompas de falópio e muito mais coisas violentas que agora não me ocorrem. É isso que me apetece fazer à próxima pessoa que a mim se dirija e fale da Maddie.
Puta que pariu a miúda e todos os que não aguentam estar dez minutos seguidos sem atirar para o ar teorias estúpidas sobre o seu desparecimento.

7.9.07

Pavarotti - Nessun Dorma

Que ele era grande, era. E isso acho que é inegável. Mas, quanto a mim, o maior mérito de Luciano Pavarotti foi o de te ter tornado a ópera e a música clássica acessíveis a todos sem receio de chocar as mentes mais eruditas e fechadas do meio. Só por isso merece toda a minha consideração.
E o Nessun Dorma arrepia. Muito.

Às vezes que acho que sou parvo de mais e que gostaria de ser mais sério um bocadinho. Outras penso que se vivesse a vida sem tanto sorriso tonto isto seria uma grande chatice. E nos entretantos vou procurando o equilíbrio sem, no entanto, o encontrar. Por esses caminhos vou-me cruzando com gente que me atura e pensando se o fazem porque fica sempre bem dar bola a um maluco ou porque têm realmente consideração por mim.
Alguém me recomenda um bom psiquiatra ou acham que se mudar muito deixo de ser quem sou e passo a ser alguém que não se conhece?
Agora tem-me dado para encontrar as pessoas mais improváveis, nos locais mais improváveis a horas mais improváveis ainda.
Ou o destino me está a querer dizer qualquer coisa que ainda não entendi o que é, ou então são mesmo coincidências.
Prefiro acreditar nesta última possibilidade.