Deixa ver se consigo escrever isto respeitando as regras mais básicas do jornalismo. Só para matar saudades do trabalho que já lá não ponho os pés vai para mais de duas horas e isto de alombar dias e dias seguidos causa habituação tão perigosa como o tabaco.
Onde? Coliseu do Porto
Quando? Sexta-feira, 16 de Novembro, 22h00, concerto de Vanessa da Mata
Quem? Uma mulher que ficou ao meu lado
O quê? A moça acima referida, que deveria ter sensivelmente da minha idade (saída da adolescência vai para um ano ou dois, portanto) conseguiu permanecer 1h45 minutos estática, literalmente, enquanto a Vanessa da Mata se agitava no palco tentando espevitar uma multidão que dela apenas conhecia a intragável (já não a posso ouvir mais, porra), Boa Sorte/Good Luck e se marimbava para o resto das canções, as quais apenas eu e mais meia dúzia parecíamos já ter escutado em qualquer lado. Pois a referida senhora não mexeu uma vez que fosse uma parte do corpo, não esboçou um sorriso e manteve uma cara que denotaria muito mais satisfação caso estivesse num funeral.
Porquê? Isso tentei eu perceber durante todo o concerto mas não consegui. Ou seja, além de me concentrar no palco, tive a mente a divagar num assunto paralelo completamente absurdo. Característica dos Gémeos, pessoas que não conseguem estar concentradas apenas numa coisa ao mesmo tempo.
Como? A resposta anterior cabe nesta. Mas que ficar um concerto inteiro de trombas e imóvel foi uma situação nova para mim, isso foi. E estar ao lado de uma pessoa assim digamos que não é lá muito agradável. A dada altura comecei a sentir-me mal por ela. Estive até para lhe dar dois estalos na cara e pedir que acordasse, valeu que ainda vou pensando nas coisas antes de as fazer.
Falando do concerto em si, pode dizer-se que foi engraçadinho sem ter sido excepcional. Concerto de single, como chamo aos 'shows' onde a maioria do público presente apenas conhece uma ou duas músicas do artista que está em palco.
Até já há imagens no Youtube e tudo... Tremidas, é certo. Bom de perceber, portanto, que não foram recolhidas por mim. Se o tivessem sido, saíram uma perfeição, como bem devem imaginar. Paciência. Fica um cheirinho, apenas.
Mais alguma coisa ou posso pedir a conta?
18.11.07
Vanessa da Mata ou a imutável mulher que se plantou ao meu lado
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8 comentários:
Aconselho-te a Maria Rita nos casinos, deve ser um espectáculo deslumbrante, e a(s) tua(s) vizinhas do lado serão decerto muitos mais interessantes - pelo menos mais interessantes de descrever aqui no blogue.
Acho que respeitaste as regras do jornalismo, em geral, gostei especialmente da referência ao signo, uma condicionante que muitas vezes é esquecida nas crónicas de concerto!
E cabias bem na cadeira?
abraço
(desculpa as gralhas do comentário anterior)
A música que puseste no vídeo deixa adivinhar que o concerto foi fracote, mas são apenas uns segundos.
já pensaste por um momento que a tipa ao teu lado, ouvindo a Vanessa da Mata, talvez se tenha apercebido de uma evidência?
A Maria Rita também gostava de ir ver, mas o bilhete custa uns simbólicos 80 euros, coisa pouca... Quando ela se lembrar de fazer concertos para o povo e deixar a alta burguesia a chuchar no dedo talvez pense em lhe proporcionar o prazer da minha companhia. E tens razão Mik, se calhar a moça constatou apenas uma evidência e os outros é que estavam todos errados. Já agora, o Zeca Baleiro não vem cá em breve, não?
Sobre o Zeca nada sei, não. Eles costumam fazer concertos para o povo antes de ser superestrelas.
Não respondeste se cabias bem na cadeira- Poderias ter uma desculpa para lhe enfiar uma cotovelada.
Cabia bem na cadeira, sim. Mas se lhe enfiasse uma cotovelada em cheio na cara sujaria a camisola. E sangue é nódoa sempre complicada de ser eliminada. Além disso, antes uma gaja imóvel que com o rosto desfigurado. Mal por mal, é mais agradável. Abraço
não precisas de te abespinhar...
Calma, meninas, estão um bocado histéricas! Só para dizer que adoro a frase final. Beijinhos.
E, sim, a Maria Rita já fez, pelo menos, que me lembre, dois concertos no Coliseu do Porto. Mais beijinhos. Aos três.
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