30.9.06

Um dos riscos da minha profissão é poder ser considerado um velho com 35/40 anos. Já me estou a imaginar, daqui a meia ou uma década, a guardar com mestria uma garagem colectiva ou a exibir uma farda da Securitas no átrio de uma qualquer companhia de seguros. Se tiver mesmo azar, continuarei no ramo mas a ser chefiado por tipos com idade para serem meus filhos e com um quarto da minha competência. Que é o acontece agora, mas ao contrário...
A União Europeia vai passar a alertar sobre os perigos do álcool tal qual faz já com o tabaco. Isso quer dizer o quê? Que o Toni e o Alberto João Jardim vão dar-nos a honra de podermos apreciar a sua figura em cada garrafa de Evel ou Cutty Sark? Já agora um conselho aos senhores de Bruxelas de alguém que não vos quer ver perder tempo com questões menores. Escusam de avisar que os excessos etílicos podem provocar impotência. Homem que é homem já experimentou as emoções da fornicação alterado por uma bela bebedeira. A única parte desagradável, para poupar pormenores, é mesmo os enjoos provocados pela agitação do acto. O resto acaba por ser insignificante e pode, até, constituir um belo álibi para prolongar aqueles momentos que as mulheres tanto gostam e dão valor: as preliminares.
Os sem-abrigo portugueses que participam no mundial de futebol para eles criado propositadamente reclamaram das condições de alojamento. Pelos vistos não estavam muito contentes com as condições que lhes foram oferecidas numa escola secundária. Para melhor prepararem o evento, consta que estão agora concentrados na entrada de um condomínio fechado após terem subornado o porteiro e tentado sodomizar uma empregada de limpeza. Quando regressarem, Cavaco Silva irá recebê-los nos jardins do Palácio de Belém e o Ministério do Trabalho e da Solidariedade mandará demolir propositadamente um bairro social em Lisboa para que os nossos dignos representantes 'homeless' possam lá habitar sem correrem riscos de ataques de claustrofobia provocados pela existência de um tecto e quatro paredes. É que quem lhe tira as estrelas ao adormecer, tira-lhes tudo....

A partir de agora não faço títulos para isto... Este foi o último

Ao ver excertos de um noticiário de há 20 anos na RTP Memória constatei que hoje o país não está muito diferente. O jornalismo televisivo, esse sim, mudou alguma coisa. Em 1986, os repórteres sabiam conjugar tempos verbais e não eram necessariamente bonitos mas competentes. O que até desculpa o facto de narrarem as peças como quem lê a posologia da Aspirina em tom solene.

19.9.06

Uma desgraça nunca vem só

Parece que a Luciana Abreu/Floribella tem uma irmã mais velha que quer ser actriz e famosa. Não bastava uma sonsa e vem logo a família atrás sorrir aos escaparates da fama? O que se seguirá? O avô da menina a querer brilhar no Natal dos Hospitais? A mãe a insinuar-se para substituir a Fátima Lopes nas manhãs da SIC? O cão a exigir tempo de antena só por ter um focinho mais agradável que a Teresa Guilherme? Contenham-se....

Sugestão ao Sol

O JA Saraiva vai editar no Sol excertos do seu próximo livro. Estou ansioso.... A seguir espero que as páginas centrais sejam ocupadas com um poster do homem nu, com o semanário a encobrir-lhe a genitália. Quem já viu o José Cid nesses preparos está pronto para tudo.

Expliquem-se pf...

Intrigam-me as mulheres que adoram espremer espinhas masculinas. Qual é o prazer especial que tal acto tem? É ver um pequeno aditamento adiposo saltar do interior do corpo com particular vigor acompanhado de uma carga dolorosa, por vezes, assinalável? Mais misteriosas ainda são as que o fazem e depois pedem especial cuidado na altura da concretização sexual do homem. Nojo por nojo, qual é a diferença? Ou será apenas esquisitice?

À atenção da Opus Gay

Quem são os médicos para dizer que o novo teste de despistagem de um cancro qualquer é menos desagradável para o paciente que o toque rectal? Onde está a sensbilidade da classe para os direitos das minorias? É por essas e por outras que cada vez menos gays e lésbicas vos procuram. Estão a ficar demasiado hetero...

14.9.06

Apetece-me ser um pouco Abrupto

Ontem decidi que vou assistir ao vivo ao festival de cinema de Doha. Depois de Nairobi, sempre quero ver se o indiano Naharytia é bem aceite no Médio Oriente como o foi em África. Estou ansioso para ver o último da Raica Letiniova, uma realizadora uzbeque cujo trabalho não é minimamente apreciado por cá. Tem muitas influências de Filonov ou do poeta letão Afinievs. Este, por seu turno, bebeu algo do sueco Goran Vidersson, cuja sua evocação da lua cheia da Lapónia fez sucesso no século XIX. Bom, vou parar por aqui porque tenho uma biblioteca para organizar.

Emigrante, emigrante

Sinal de pujança da nossa diáspora é o facto de em cada de acidente de trabalho internacional haver sempre uma vítima portuguesa. Nós estamos sempre do lado certo da actualidade...

Devolvam-me o preço do bilhete

Não quero armar-me em Calimero, mas gostava de saber por que raio de razão estúpida as minhas idas solitárias ao cinema descabam num pequeno drama pessoal. Nem por escolher a última sessão de um dia de semana, portanto tarde e más horas para o comum dos tugas, tenho um bocado de sossego. Ontem, quarta-feira, pelas 0h05, numa sala com capacidade para umas 240 pessoas estavam aí uns 20 seres prontíssimos para assistir tranquilamente ao voo 93 (por falar nisso, o filme dispensa palavras de circunstância), inclusive eu próprio. Portanto, não sobrava espaço, isso é q não sobrava e podia ter sido um harmonioso serão para myself. Mas não. Atrás de mim, exactamente nas cadeiras que me precediam, sentou-se um parzinho cujo elemento masculino tentou engatar a parceira através de supostas piadas que, de tão estúpidas que eram, devem ter feito espantar a rapariga para o universo da fufice. Pena não ter saltado para o meu lado porque não era de se deitar fora (a gaja, claro)... Pois à minha frente, sentou-se um tipo que tinha no volume da cabeça o seu maior atributo (acho eu, porque o resto não me interessa minimamente) e na hiperactividade uma das suas caractrísticas principais. Resultado: passei o raio do filme todo a abanar-me de um lado para o outro para conseguir visualizar em condições a totalidade do ecrã. Ou seja, fui um espectador em movimento, um pouco em consonância com o tipo de realização do Paul Greengrass...

9.9.06

Não gosto do 'novo' Expresso

Mal abri o Expresso formato berliner achei que estava a olhar para um pré-defunto. Aquilo não é carne nem é peixe, é lata de conserva mal amanhada. Valeu o Miguel Sousa Tavares porque o resto, ou muito me engano, é apenas o início de uma penosa caminhada rumo ao descalabro. Continua a faltar o essencial: notícias. E frescas, escaldantes, agitadoras. O cinzentismo do Expresso, chamem-me Zandinga ou Professor Bambo, está prestes a ser iluminado por um novo e perverso Sol. Que terá o condão de destruir um património com mais de 30 anos, hoje referência apenas de nome. Sim, porque o estatuto conquista-se, e ele já está conquistado há muito tempo, é certo. Mas não se mantém, vai-se aumentando qualitativamente, o que notoriamente não está a acontecer. Ao Expresso e a uma mão cheia de outros jornais que por aí abundam e cujos responsáveis editoriais fazem-me lembrar aqueles senhores cheios de cagança que pululam rua abaixo com um fato de fino corte mas sem um tostão no bolso que sustente tamanha cagança. Valham-nos os jornais que se vão mantendo fiéis àquilo que são. Geralmente os mais criticados mas os mais coerentes consigo mesmo e com os leitores. Assim uma espécie de PCP...

Angola é nossa

Os portugueses são uma das comunidades estrangeiras mais numerosas em Angola. Com exemplares destes por perto, como esperam os pobres angolanos conseguir o tão almejado desenvolvimento?

O que este homem faz para chamar a atenção

Manuel Monteiro, eu sei que já aqui falei dele mas prometo que não tenho nada contra o homem, iniciou-se numa loja maçónica. A isto chama-se persistência. Depois de ter abandonado o PP, de ter fundado um partido que ninguém conhece, de ter tentado entendimentos estéreis com o PSD e o seu ex-PP, só lhe falta mesmo correr nu pelas ruas de Lisboa para chamar a atenção. Ou ele pensa que lá por passar a andar de avental consegue convencer alguém?

7.9.06

É difícil perceber os meus pais

Se eu tivesse um filho como o deles, tê-lo-ia dado para adopção mal ele balbuciasse as primeiras frases desprovidas de sentido. Isto é apenas é um exercício que me surgiu depois de há tempos um casal ter batido à porta de minha casa e perguntado por uma pessoa com as minhas características. Alto, desconcertante e com os dedos grandes dos pés afastados um pedaço dos restantes. Disseram ser meus pais biológicos ao que os pontapeei nas virilhas, rins e tornozelos, de forma aleatória. Valeu que meu pai e minha mãe, os legítimos, me agarraram de imediato. Ele, com aquela mão forte de negro ovimbundo. Ela, com aquela leveza oriental típica das vietnamitas.

SOS

Perdi a Marisa Monte no Coliseu. Se alguém a encontrar é favor encaminhá-la até minha casa. Até lá, o Arnaldo Antunes não sairá do frigorífico.

Anda toda a gente a chagar-me a cabeça para vacinar o gato

Que ele pode ficar doente, que te pode transmitir a maleita, que isto, que aquilo, que o raio que o parta. Tudo bem, o animal tem direito a levar as vacinas da ordem. Mas por acaso alguém se preocupa com o facto de eu o poder contaminar com herpes labial, gonorreia, sífilis ou outra qualquer infecção do género? Ou ele a mim? Sim, que isto de viver sozinho tem os seus incovenientes e um homem não é ferro...

Estive um tempo sem escrever nada neste antro de estupidez

Podia inventar mil e uma desculpas. Que estive de férias na Amazónia, que um vírus me destruiu o computador, que a prótese da minha mão esquerda se deslocou provocando-me imensos problemas motores. Mas a preguiça foi mais que muita, essa é que é essa. E depois não se pode habituar mal esta coisa que, basicamente, funciona como as mulheres: quanto mais lhes damos, mais elas querem. E eu não ando aqui a sustentar pançudos. Nem que o blog fosse uma ucraniana com mais de um metro e setenta, cabelos louros até à quinta vértebra, um quadril generoso, umas coxas de babar aos céus (eu sei que o trocadilho é fácil mas foi o que se pôde arranjar) e um par de seios digno desse nome, seria capaz de o alimentar todos os dias. Quer dizer, e considerando que tive uma ligeiríssima erecção, até que era capaz. Não consigo é mudar o nome disto para Valentina Iegorenka.

As 7 maravilhas do mundo

Lisboa foi a cidade escolhida para acolher a reunião que vai decidir as novas sete maravilhas do mundo. Tem lógica, se fosse júri também preferiria realizar o meu trabalho numa cidade com o grau de beleza de Lisboa: 1,4 na escala da Odete Santos. Para não me deixar influenciar pelo ambiente externo...

5.9.06

Aviso à navegação

Eis no que ver 10 episódios seguidos da Floribella

4.9.06

Caro Eng. José Sócrates

Já que teve a iluminada ideia de propor a diminuição em dois quilómetros hora da velocidade máxima nas auto-estradas e de reduzir em um dia a circulação dos táxis, eu, humilde cidadão e honrado cumpridor das minhas obrigações fiscais, sugiro que adopte as seguintes medidas:
- Redução em cinco minutos do horário laboral. Sei que não aplicará tal medida pois assim os funcionários públicos passarão a exercer as respectivas funções apenas durante 1 minuto e 47 segundos por dia.
- Redução do IRS em 2 por cento. Sei que não aplicará tal medida pois a taxa continuaria, ainda assim, excessivamente alta e, além de mim, apenas 45578 tansos contribuintes se dariam ao trabalho de entregar uma significativa parte do seu rendimento para os cofres do Estado.
- Redução do número de deputados. Sei que não aplicará tal medida pois assim apenas 12 dignos representantes do povo se sentarão mais de cinco minutos seguidos em cada sessão plenária.
- Redução da carga horária dos professores. Sei que não aplicará tal medida pois não é comportável os professores passarem pelas escolas apenas 2 horas e 53 minutos por semana.
- Redução das aparições televisivas de indivíduos claramente gays que tentam aparentar o contrário. Esta medida, sim, o sr. primeiro-ministro deverá aplicar pois os portugueses teriam a felicidade de serem contemplados com apenas 57 minutos e 14 segundos diários de programação dos nossos magníficos canais. Ou melhor, é melhor não. O vozeirão do Rodrigo Guedes de Carvalho é capaz de entusiasmar colectivamente muita alma, digamos, abichanada e isso poderia causar um verdadeiro problema de segurança pública.

2.9.06

Os europeus são uns líricos

Então não é que a União Europeia está agora a mostrar peito e parece decidida a resolver a crise no Médio Oriente? Fácil, dizem eles. Para as armas se calarem basta que Israel renuncie à violência e que o Hamas reconheça o Estado israelita. Ah, Ah, Ah, riram-se Ariel Sharon, quando as máquinas o permitiram, e o Xeque Yassine, lá no céu no meio de 24 virgens (as restantes 46 já ele as comeu). A seguir o que proporão os 25, esses malucos? Que os judeus se deixem de merdas e autorizem que o prepúcio enfeite a glande dos seus garbosos rapazes? Que os radicais deixem as suas estimadas esposas pintar os olhos e sair à rua de mini-saia? Que Israel deite abaixo o Muro das Lamentações e lá construa uma estátua em honra ao Arafat? Que a Palestina seja invadida por colonos judeus em busca de paz e trabalho? Quer dizer, isso já a UE permitiu há muito mas ninguém se importou muito na altura.

Bronco mais bronco não há

O presidente do Gil Vicente foi à RTP1 tentar salvar a honra do clube e apresentar argumentos que justicassem a razão por que os gilistas não devem descer de divisão. Não conseguiu nada disso. E apenas deu razão aos que defendem que o senhor, António Fiúza de sua graça, geriu o chamado Caso Mateus com os pés. Aliás, nada de novo para ele pois o Shor Fiúza é o rei das peúgas lá da zona. Resumindo: lá esteve o Shor Fiúza a ensaiar meia dúzia de frases feitas durante uma hora de entrevista sem apresentar um dado válido que fosse e contribuindo para a sua figura passar a constar do anedotário nacional. Com amigos destes, o Gil Vicente está visto que não precisa de inimigos para nada. O dado mais engraçado da aparição do Shor Fiúza foi a presença a seu lado de um advogado que parecia saído do curso há um par de semanas e que mais não fez do que servir de ponto ao líder do Gil e esboçar uns quantos sorrisos parvos quando se apercebia que as câmaras o focavam. Tipo: "mãe estou aqui"... Ou seja, foi uma hora de delírio em que me imaginei, sem muito esforço, a assistir à emissão da TV Burkina Faso ou de um canalzeco regional de um qualquer país latino-portugal. Viva Portugal, temos futuro....

1.9.06

A história da moral

Você tem-me cavalgado,
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.

Alexandre O'Neill