18.12.07

Gosto de passar tardes ao frio, especado em frente à porta de um tribunal e com uma multidão ávida de bater em tudo o que é jornalista. Tão entusiasmado estava o povo que chegou mesmo a acertar uma valente cabeçada numa camarada de redaccção. Emoções destas dão-me pica. E enregelam-me pés e mãos, o que é particularmente interessante.
Amanhã há mais. Pode ser que seja eu o ilustre contemplado com um soco na cara ou um pontapé nos testículos. Só para não me armar em estúpido. Antes isso que um tiro em cheio na cabeça. Sim, que hoje vi a dois palmos dos olhos gente que saca de fusco com a mesma facilidade com que de manhã pega na escova para lavar os dentes. Ou se calhar mais depressa, a julgar pelo aspecto da dentadura da maioria.
Ao menos que para a semana possa cobrir uma qualquer guerra em África. Sempre seria mais quentinho. Mas acredito mais depressa que o Pai Natal vá descer pela lareira de casa dos meus pais na noite de Natal.
Bem, de qualquer forma, se isto correr para o torto e eu for desta para melhor, deixem que vos diga que foi um prazer andar aqui 30 anos. E que sempre segui um lema que pode parecer idiota mas me ajudou a olhar em frente: "só te arrependerás daquilo que não fazes ou não tentas fazer".
Ah, e já sabem: as minhas cinzas exijo-as atiradas para o mar. Não quero cá saber de burocracias. E livrem-se de ouvir o "My Way" durante as exéquias.

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