29.12.07

E o meu 2007 foi assim (mais coisa, menos coisa)

Olhando para trás, o que gosto de fazer cada vez menos, só me dá vontade de pensar que se em 2006 dissessem o que ia ser a minha vida em 2007 responderia ou com um sorriso de escárnio ou com uma valente cabeçada, tamanho o optimismo despudorado da perspectiva. A coisa correu bem, bastante melhor do que esperava.

Fiz 30 anos e, ao contrário do que supunha, estou mais compostinho do que há um ano. Mais maduro, mais feliz, com mais amor próprio, com mais vontade de agarrar a vida na mão e deixar-me guiar por aí.

Afastei todos, ou quase todos, os fantasmas de um passado recente que, por ter sido longo, temia que me perseguissem o resto da vida.

Aproximei-me em carne osso de várias pessoas cuja amizade nunca deixara esmorecer mas a quem faltava contacto pessoal para a tornar mais intensa e, que se lixem as lamechices, bonita. E os outros Amigos, aqueles com maiúsula também, continuam bem aqui dentro. Todos eles, todos, à espera de mais cervejas, jantares e muito riso nos próximos 340 anos.

Fiz umas férias absolutamente mirabolantes. Já que ninguém se aventurou a ir comigo correr a costa do Adriático de carro, meti na cabeça que ia sozinho para o Báltico. E lá fui eu. Duas semanas em que cada dia me surpreendia cada vez mais comigo mesmo e com o que via à minha volta. Escusado será dizer que conheci gente fantástica e lugares não menos interessantes. O mais porreiro de tudo foi ter feito coisas que, recuando o filme, jamais pensei que pudesse fazer. Pelo menos sozinho. Testei a minha capacidade de desenrascanço, perdi-me em aeroportos, em cidades que não conhecia, andei para todo o lado de mochila às costas, conversei com pessoas de umas dez nacionalidades diferentes e bebi como um animal. Sobretudo cerveja, acho que tive a minha dose para o ano inteiro. Ah, e até deu para ter o meu pedacinho de "Antes de Amanhecer".

Porque o melhor fica sempre para o fim, aconteceu algo que também sempre pensei que só pudesse suceder com os outros. Caí de cabeça por alguém que está bem longe de mim. Soltei da boca um "adoro-te" como há muito não soltava, vindo mesmo de cá de dentro, e ouvi resposta igual como também já não ouvia faz tempo. E voltei a ter gosto em querer fazer alguém feliz. O pior é que estou a gostar cada vez mais disto, desta estranha sensação de estar longe mas tão perto. Ainda bem. Pode ser que o novo ano me ajude a decidir como seremos nós. Porque se o futuro é um dia de cada vez, há alturas em que me apetecia saltar semanas só poder abraçar quem realmente quero. Paty, foste o meu melhor em 2007. Agora, se não for pedir muito, só quero que sejamos juntos o melhor que nos aconteceu em toda a nossa vida. Pode até ser loucura. Mas é como já te disse: só nos podemos arrepender daquilo que não fazemos.

PS: Só ainda não aprendi a cozinhar como deve ser. Mas consegui inventar uns 15 pratos de massa que faz favor de ver. Ou de provar.

PS2: As coisas más não vale a pena aqui referir. São passado, e recordações que só trazem dor estão bem arrumadas em mim.

1 comentário:

rute disse...

A parte que me toca - e é enorme - o meu agradecimento. Que a nossa amizade esteja sempre viva como em 2007. Beijinhos.