Hora de despedida do trabalho. Beijinhos a abraços a todos, amanhã há mais.
O oitavo andar do costume. Pára o elevador. Lá dentro, apenas uma colega de outro sector com a qual troco cumprimentos de circunstância quando com ela me cruzo.
- Boa noite, tudo bem?
- Tudo.
- Vai para baixo?.
- Vou
- Então vamos.
Dois andares descidos, eis que o elevador decide interromper a marcha.
Segundos de longo silêncio. Olho para ela, ela para mim. E tento quebrar o gelo, antes que me desate de rir. De nervoso e ridículo, como muitas vezes tenho vontade quando ando de elevador com pessoas que não conheço e nada tenho, nem elas a mim, para dizer.
- Parece que tem vontade própria.
- Estou a ver que sim.
Um solavanco e lá avança. Pouco, que volta a parar logo depois.
- Está bom, está. (desta vez é ela que começa a conversa)
- É. Parece que vamos passar aqui a noite. Trouxe saco-cama?
E sorriu.
Um minuto de indecisão, pego no telemóvel para ligar a alguém que nos salve e eis que o elevador decide arrancar de novo.
- Está a gozar...
- Parece que sim. Já pode guardar o saco-cama.
As portas abrem-se no rés-do-chão. Finalmente. Dou-lhe passagem.
- Obrigada.
- De nada.
- Até amanhã.
- Qualquer coisa encontramo-nos no elevador.
- Mas desta vez traz você o saco-cama. [detesto que me tratem por você]
- Combinado.
E assim terminou mais um dia de labuta.
30.1.08
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