30.1.08

Toca o despertador, ligo o rádio, ouço as primeiras notícias da manhã. "Há dois tigres à solta numa Estrada Nacional". Fantástico, gosto tanto de viver na Ásia, pensei.
Mas não, foi mesmo por cá. Pelos vistos, os bichos escaparam da caravana de um circo. Vou ali comprar tabaco e já venho. Apeteceu-lhes apanhar ar fresco. E foram.

- Alfredo, está aqui um tigre a pedir um maço de Marlboro. Posso vender ou peço o bilhete de identidade não vá ele ser menor?
- Está um quê?
- Um tigre. Não, espera, afinal são dois.
- Dois?
- Parece que sim. O outro acho que só veio fazer companhia, não vai consumir nada.
- Serão mesmo tigres?
- Parecem.
- Não será dos medicamentos para a vesícula que andas a tomar?
- Espera aí que eu pergunto-lhes.
- Pergunta lá.
- Os senhores são tigres?
- ...
- Não respondem. Quer dizer, assim à segunda até que parecem marmotas.
- Devem ser babuínos.
- Os babuínos não fumam.
- Pois não.
- Vendo-lhes os cigarros ou não?
- Vende, mas obriga-os a fumar lá fora que não quero problemas com a ASAE.
- São os do circo?

O melhor de tudo foi o excelente comentário do dono do circo quando instado pela comunicação social a comentar o insólito sucedido: "A culpa não é minha". Pois não, eu é que não devia ter deixado a varanda do quarto aberta quando ontem adormeci. Assim como há mosquitos que gostam de me invadir a casa, há tigres que podem ter vontade de fazer o caminho inverso. Os grandes malucos.

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