21.7.07

Hoje é o meu último dia em Riga, cidade que, desconfiadamente, comecei por olhar de lado e que de que fui gostando cada vez mais. Vou aproveitar a tarde para me despedir dela, percorrendo os cantos que irão deixar em mim mais saudade. Mais fotos, assim a máquina o permita, e, sobretudo, cheiros, rostos e olhares, algo que só a memoria conseguirá reproduzir no futuro.
Ontem, fui a Vilnius e acabei por dar por bem empregues as sete horas que passei dentro das camionetas da Eurolines que lá me levaram e de lá me transportaram ao poiso do costume. Antes de chegar, parei uma meia hora em Panevezys, considerada a capital do crime na Lituânia, sem dúvida um belo cartão de visita. Mas não dei por nada de especial, a não ser com um local que pouco mais tinha do que banal. Rimou e é verdade.
Vilnius é uma cidade branca, com uma zona histórica ampla e bem cuidada, muito luminosa, assemelhando-se a Lisboa em certos aspectos. Almocei num restaurante lindissimo, com bancos e mesas de madeira, um pequeno lago nas traseiras e um alpendre fresco que suavizou o calor que se fazia sentir. Ainda por cima foi barato.
Calcorreei depois as ruas de Vilnius durante quase três horas, parando em barzinhos minúsculos, em bancas de comércio ao livre, em esplanadas. O único senão foi ter dado cabo da máquina fotográfica, ainda estou para saber como. Fui a uma loja da especialidade, o que eu gosto de lojas da especialidade, onde uma solícita lituana que falava inglês bem e depressa me disse, com uma sinceridade questionável, que o melhor era mesmo comprar outro aparelho porque o que tenho está bom para ir para o lixo. "Esta bem grande cabra, belo conselho que me deste, foda-se". Sim, que eu falo mal para mim proprio quando fico furioso. Só não me espanco porque ainda mantenho os sinais de sanidade mental na média, ou acima dela. Acho eu.
Saí porta fora em direcção a estação de autocarros, onde me entretive a tentar consertar o que parecia irremediavelmente perdido. E não é que consegui? Quer dizer, aquilo tirar fotos até que tira, resta é saber como ficarão. Cá para mim será tipo as da Lomo, nunca se sabe muito bem o que vai sair dali.
Bom, agora vou almocar porque a manhã ja la vai... Talvez repita umas filetes de galinha com pimenta e vegetais, o prato que mais gostei no "kafejnica" de que me tornei cliente assíduo. E nao foi apenas por causa dos olhos azulíssimos da empregada ou do licor de ervas.
Obrigado e com licença, que vou ali e já venho.

PS: Acho que vou embora de Riga na altura certa. Chegou ao hotel um grupo considerável de israelitas, identifiquei-os pelo kippah e pelos jornais com caracteres hebraicos que traziam debaixo do braço, que quando se cruza comigo lança olhares desconfiados. Normal, se fosse judeu também ficaria de pé atras com um tipo que tem a barba ligeiramente grande e anda sempre com uma mochila atrás das costas. Por isso, adiós Riga enquanto é tempo e antes que um tipo da Mossad entre quarto dentro e me abata com uma pistola com silenciador. Eles são assim, atiram primeiro e só perguntam depois.

1 comentário:

Maria Soledade disse...

Pedro:não lixes a máquina de vez quero "conhecer" todos os locais que visitaste.Deves estar todo rebentado, mas pelo menos foi por uma boa causa.Não deixes os mafiosos dos muçulmanos darem cabo do teu cabedal.Olha que és um gajo ainda muito novo para partires, muito menos com um balázio...Lol:-)
Ai esses olhos azulíssimos...
Continua a divertir-te, as férias passam depressa demais.
Saudades do people todo,incluindo o teu tareco medricas.