- Aos 20 anos era alto, magro e parvo. Aos 30, continuo a marcar,1,85 metros no bilhete de identidade, a gordura abdominal está um pouco acima da conta e a parvoíce mantém-se.
- Aos 20 anos devorava jornais e sonhava trabalhar num. Aos 30, ainda os devoro, continuo também com a tara de os amarrotar antes de os ler, e já dois inscreveram o meu nome na ficha técnica.
- Aos 20 anos tinha todo o tempo para ler, dava-me um prazer dos diabos fazê-lo e era incapaz de conspurcar um livro com sublinhados ou marcas vincadas. Aos 30, o prazer é o mesmo, o tempo é que é mais escasso e os livros continuam a ser objectos sem mácula.
- Aos 20 anos queria fazer feliz a mulher que amava, e ela a mim, e viver uma vida feliz a dois. Aos 30, eu e a mulher que amava somos apenas bons amigos depois de uma história bonita que teve um final digno.
- Aos 20 anos achava que a minha irmã não cresceria e que nunca iríamos ter uma relação pacífica. Aos 30, ela é a minha melhor amiga, a confidente de desabafos que não tenho com mais ninguém e foi a parceira das melhores férias que até hoje tive o prazer de desfrutar.
Aos 20 anos tinha bons amigos, não muitos mas bons, e bastantes conhecidos a quem faltava um pedaço para subirem de degrau na minha consideração por eles. Aos 30, os conhecidos continuam a ser numerosos, cimentei amizades valiosas, construí outras também muito bonitas e tenho a certeza que se um dia precisar de ligar para alguém às três da manhã simplemente para falar sobre nada tenho a quem recorrer – e vice-versa para quem sabe que pode contar comigo.
- Aos 20 anos começava a lidar com hipocrisias, sacanices e merdices do género. Aos 30, simplesmente não tenho paciência para tais comportamentos.
- Aos 20 anos adorava toda a música que metesse guitarras e, sobretudo, onde se sentisse o trabalho do baixo. Aos 30, o baixo continua a ser essencial, as guitarras passaram a ser ligeiramente dispensáveis e comovo-me quando ouço o som do violino e/ou do piano a enfeitar harmonicamente uma melodia.
- Aos 20 anos tinha uma tentação danada pela Mónica Belucci. Aos 30, só me apetece fazer festinhas na barriga de alguém como a Natalie Portman, talvez influenciado pela figura da menina no "Closer".
- Aos 20 anos idolatrava o FC Porto e quase não falhava um jogo nas Antas. Aos 30, a minha paixão clubística é mais racional, se é que isto é possível, e são raras as vezes que ponho os pés no Dragão.
(to be continued...)
28.5.07
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5 comentários:
Arrepiei-me com a declaração de amor que fizeste à tua irmã. Lindo.
..mas preocupante.
pois é..ha 10 anos atrás as viagens que fazíamos da escola até casa de autocarro pareciam intermináveis..e agora n ha distancias entre nós...k bonito;)..era só pa retribuir..já sabes que podes contar cm sempre*bjs da mana que te adora
Lindo!
Muito bom.. Como 10 anos mudam uma pessoa!! Muito de nós nos identificamos com algumas mudanças na tua vida! Aos 20 anos tudo era tao facil... agora até para ir ao supermercado torna-se uma complicação!
Bjos
Musa
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