Dia de folga, dia de ócio. Por isso, sentei-me no sofá, aguentei com parcimónia as tentativas do gato ferrar-me os dedos dos pés e durante mais de duas horas deleitei-me com o grandioso Liverpool-Chelsea. Tirando os apartes do Luís Freitas Lobo – que percebe muito de bola mas irrita solenemente ao pronunciar repetidamente expressões inócuas como transição ofensiva, bloco e afins –, o jogo foi do melhor. Menos o resultado. Torci pelo Chelsea como se do FCP se tratasse. Dívida de gratidão para com Mourinho, nada mais. Todos os bons portistas devem-lhe muito. Agora que ele foi eliminado da Champions, podia pensar era em regressar à casa que lhe proporcionou tantas alegrias. Foi ao contrário, eles é que as proporcionou, mas isso agora é irrelevante. O Abramovich vai dar-lhe com os pés e vai, o ingrato, o Real Madrid é uma empresa de marketing, o Barça está bem servido de treinador, o Inter renovou com Mancini, em Inglaterra não parece que vá tirar o lugar a Rafa Benitez e muito menos a Ferguson, França e Alemanha não interessam nem ao Menino Jesus, o que é que ele vai fazer? Pode sempre optar pelo Omonia Nicosia, pelo Jubilo Iwata ou pelo Bate Borisov, mas não parece muito tentador. Estamos de portas abertas para ti, Mourinho. Atira o Jesualdo para a reforma e vem para cá. Se nos ofereceres a terceira Taça dos Campeões, juro que em vez de ficar doze horas à espera da equipa no Dragão depois da final, desço as bancadas do estádio de joelhos. A fazer o pino é que não. Primeiro, porque não consigo. E, mesmo que conseguisse, seria meio caminho andado para uma embolia cerebral. Sacrifícios pelo clube sim, mas com limites.