Daqui a uns tempos, dia 15 deste mês, faz nove anos que me iniciei nesta coisa do jornalismo. Parece que foi ontem (frase batida mas a mais adequada para o momento). Lembro-me perfeitamente do meu primeiro dia de trabalho, de como despachei uma página de Internacional com receio de estar a escrever merda a cada linha.
Sinto que ainda me falta aprender muito e orgulho-me de trabalhar, e de ter trabalhado, com profissionais que me ensinaram muito. Orgulho-me ainda mais por muitos serem meus amigos e aturarem a minha parovíce apesar de terem mais que idade para serem meus irmãos mais velhos ou até mesmo meus pais. Os outros, os que que me acompanharam nesta caminhada dentro e fora das redacções e marcam no BI mais ou menos o mesmo do que eu, souberam compreender aquele tolo que lança umas atoardas quando está stressado frente ao computador e atoardas idênticas em longas noites de copos (e foram tantas até hoje, ainda bem). E também me orgulho deles na mesma dose.
Engraçado que revejo as peças que fiz e me recordo de todas elas devido a pequenos ou grandes pormenores que as rodearam (sim, eu tenho um arquivo organizado com tudo o que escrevi até hoje).
Que isto é um vício bom, é. Que isto tenho a felicidade de fazer aquilo que realmente gosto de fazer, tenho. Que não quero deixar isto apesar de todos os dias pensar como seria bom ter horário de funcionário público, não quero. Se sou um bom profissional não sei, tenho a noção que ainda tenho muito caminho pela frente e que podia ser muito melhor.
Afinal, ainda gosto de acordar e não saber o que vou fazer durante o dia. De tanto poder passar um dia sentado frente ao computador como a centenas de quilómetros de casa. De não ter rotina, de ter gosto em sair em reportagem, do stresse de ter 400 coisas para fazer ao mesmo tempo, dos meus camaradas, de fazer rir e rir-me com eles, de repetir em voz alta "foda-se, caralho, merda" quando as coisas não me saem bem (e começar a cantar o fado do cigano, também), quando vou em serviço com a sensação de que nada vou conseguir e de lá sair com um sorriso de satisfação depois de me ter atirado para o chão para sacar tudo o que pretendo...
Enfim, de gabar-me de poder dizer que tudo o que sou profissionalmente o devo a com quem aprendi e também, modéstia à parte, à minha capacidade de ter a noção de nunca se sabe tudo e que cada há sempre algo a aprender. Porque no dia em que olhar para uma peça minha e achar que está perfeita, sei que qualquer está mal em mim.
12.3.08
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5 comentários:
E em Maio faz 9 anos que nos conhecemos no «Segundo Caderno». Os olhares entre computadores, os flatos artificiais (para que conste), as gargalhadas na sala da entrada, as vergastadas, as cervejas no Ryans, as reportagens na sede do PCP, as conversas no msn, os silêncios na praia. Foi mais ou menos assim, não foi? Beijinhos.
Parabéns !!!!
Foi assim, tem sido assim e espero que assim continue por muitos mais nove anos...
Beijinhos
PS: Esqueceste-te dos cigarros naquela sala em que mal nos conseguíamos ver uns aos outros, das maquetes ainda desenhadas à mão, dos esguichos mamários (simulados, claro), da solidariedade profissional entre nós e mais uns poucos, dos muitos absurdos conscientes que partilhámos ao longo deste tempo todo...
Não me esqueci, não. Mais beijinhos.
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